24 de março de 2025
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Obesidade: uma bomba-relógio para a saúde cardiovascular

Estudo revela que uma década com obesidade aumenta riscos de infarto e AVC em até 60% entre jovens adultos.
O Hcor atua em mais de 50 especialidades médicas, entre elas Cardiologia, Oncologia, Neurologia e Ortopedia, além de oferecer um centro próprio de Medicina Diagnóstica.

A obesidade, que já atinge quase 20% da população brasileira, continua sendo um dos maiores desafios de saúde pública no país. Mais do que um problema estético, o excesso de peso traz consequências graves, incluindo a maior predisposição a doenças crônicas como diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado. Estas, por sua vez, aumentam os riscos de complicações cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

Um recente estudo apresentado no encontro anual da Endocrine Society (EUA) de 2024 trouxe à tona novos dados alarmantes: viver com obesidade por 10 anos pode elevar os riscos de infarto e AVC em adultos jovens de 25% a 60%.

Os impactos do tecido adiposo em excesso

“O tecido adiposo em excesso não é inerte; ele funciona como um órgão metabólico, liberando substâncias inflamatórias que, em longo prazo, causam lesões nos vasos arteriais e aumentam a chance de eventos cardiovasculares”, explica o cardiologista Dr. Jairo Pinheiro, do Hcor.

Além disso, a obesidade está diretamente associada a condições como apneia do sono, que reduz a oxigenação do sangue, e doenças renais, que intensificam os danos ao sistema cardiovascular.

A obesidade no Brasil e as mortes cardiovasculares

As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de mortalidade no mundo, e o Brasil não foge à regra. Mais de 300 mil pessoas morrem anualmente no país devido a problemas como infarto, AVC e insuficiência cardíaca, muitos dos quais têm como base o excesso de peso e os hábitos de vida pouco saudáveis.

Prevenir o avanço da obesidade, especialmente entre jovens, pode ser decisivo para reduzir essas estatísticas. “A prevenção começa com a educação sobre nutrição e hábitos saudáveis, mas também inclui o acesso a tratamentos clínicos e medicamentos modernos que ajudam a controlar o peso de forma mais eficaz”, destaca o médico.

O paradoxo da obesidade em idosos

Curiosamente, o mesmo estudo revelou um dado intrigante, conhecido como o paradoxo da obesidade: entre idosos – mulheres com mais de 50 anos e homens acima de 65 – a obesidade não mostrou impacto significativo no risco de infarto ou AVC.

Esse paradoxo sugere que pessoas com obesidade que já desenvolveram doenças cardíacas podem apresentar taxas de sobrevivência superiores às de indivíduos com peso considerado ideal. “Isso não significa que a obesidade é benéfica, mas sim que, em alguns casos, o excesso de peso pode oferecer reservas metabólicas em situações de estresse, como infecções ou tratamentos intensivos”, explica o Dr. Pinheiro.

Prevenção é o melhor caminho

Independentemente da idade, o foco deve estar em adotar hábitos saudáveis:

  • Manter uma alimentação equilibrada: priorizando frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras;
  • Praticar atividades físicas regularmente, respeitando as condições físicas de cada indivíduo;
  • Evitar o consumo de álcool em excesso e o tabagismo;
  • Consultar médicos regularmente para acompanhamento de peso e condições associadas.

Com avanços tecnológicos e novas opções terapêuticas, os especialistas afirmam que a obesidade pode ser controlada. “O tratamento precoce é a chave para evitar complicações maiores. É possível reverter os impactos do excesso de peso antes que eles se transformem em tragédias”, conclui o Dr. Pinheiro.

Obesidade como prioridade de saúde pública

Diante do aumento global nos índices de obesidade, governos e organizações de saúde têm investido em políticas públicas para promover o bem-estar da população. O Brasil, em particular, precisa ampliar campanhas de conscientização, programas de incentivo à prática de exercícios e acesso a tratamentos para o controle da obesidade, reduzindo assim a carga de doenças associadas e suas consequências fatais.

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