Goiânia prepara licitação para loteria municipal, estimando arrecadação de R$ 43 milhões em 2025
Projeto busca diversificar fontes de receita para investimentos sociais, mas enfrenta desafios com mudança de gestão e críticas sobre transparência.

A Prefeitura de Goiânia anunciou para o dia 9 de dezembro de 2024 a abertura da licitação para contratar uma empresa que administrará a loteria municipal pelos próximos 10 anos. A expectativa de arrecadação bruta no primeiro ano é de R$ 43 milhões, valor projetado com base em estudos do mercado nacional e internacional de loterias. Apesar do otimismo, o processo enfrenta incertezas devido à iminente transição de governo e questionamentos sobre a implantação e destinação dos recursos.
Modelo de operação e benefícios previstos
A licitação, na modalidade de “menor preço”, será definida pelo maior percentual de repasse ao município, estipulado em no mínimo 51,33%. A empresa vencedora será responsável por uma solução completa, incluindo plataforma de jogos, meios de pagamento e gestão financeira. Entre os jogos previstos está o prognóstico esportivo de quota fixa, popular em apostas esportivas, além de loterias instantâneas e bilhetes numerados físicos e virtuais.
Segundo a Prefeitura, as receitas obtidas serão direcionadas para áreas essenciais como previdência, transporte público e programas sociais. Um comitê gestor definirá as alíquotas e a aplicação dos recursos, buscando mitigar déficits financeiros crônicos em setores prioritários.
Contexto político e desafios na implementação
A proposta foi regulamentada pelo prefeito Rogério Cruz (SD) em dezembro de 2023, após a aprovação da lei que instituiu a loteria, apresentada pelo vereador Léo José (SD). O edital foi elaborado por uma comissão temporária criada em outubro de 2024, mas enfrenta possíveis reavaliações com a chegada do prefeito eleito Sandro Mabel (UB), cuja equipe ainda não analisou detalhadamente o projeto.
Mabel já interferiu em decisões da gestão atual, como a suspensão de licitações e alterações no orçamento municipal, levantando dúvidas sobre a continuidade do projeto da loteria.
Transparência e questionamentos sobre licitação
A licitação da loteria ocorre em meio a um cenário de escrutínio sobre os processos de contratação da Prefeitura. Recentemente, a gestão suspendeu indefinidamente uma licitação para contratação de aterros privados após recomendações do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Goiás. A falta de clareza e a ausência de respostas detalhadas sobre a implantação da loteria geram preocupações semelhantes.
Especialistas destacam que, para o sucesso da loteria municipal, será crucial garantir transparência e eficiência na gestão dos recursos. “A loteria pode ser uma solução inovadora, mas precisa ser bem estruturada para evitar desperdícios e desconfianças da população”, afirma o economista Gustavo Andrade.
Impacto no futuro da gestão pública
A loteria municipal é vista como uma estratégia de diversificação de receitas em um momento de escassez fiscal, mas a efetiva implantação depende da sintonia entre a atual e a futura administração. Enquanto a equipe de transição de Mabel sinaliza prudência, a gestão de Cruz defende o potencial do projeto para equilibrar o orçamento municipal.
Com a data da licitação se aproximando, o cenário permanece incerto, mas reflete os desafios e as oportunidades de modernizar a gestão pública por meio de iniciativas inovadoras.
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