14 de fevereiro de 2025
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Vistoria expõe caos e irregularidades na Comurg, aponta promotora do MP-GO

Em visita inédita desde 2010, promotora Leila Maria de Oliveira detecta desorganização, supersalários e problemas na gestão de frota.

Promotora Leila Maria se encontra com o novo presidente da Comurg (Wildes Barbosa / O Popular)

A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) foi alvo de uma vistoria criteriosa na tarde desta quinta-feira (16), conduzida pela promotora de Justiça Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Goiânia. Durante a inspeção nas instalações da companhia, localizada na Vila Aurora, foram constatados problemas estruturais e administrativos que refletem uma gestão marcada por descontrole, desperdício de recursos e falta de transparência.

Em sua primeira visita presencial à Comurg desde 2010, Leila destacou a gravidade das irregularidades. “O almoxarifado está completamente desorganizado. Há compras milionárias de materiais como concreto, mas ninguém sabe para quais obras foram destinados. Além disso, é inconcebível que um caminhão troque a mesma peça várias vezes em um curto período. Isso demanda investigação imediata”, afirmou.

Outro ponto levantado foi a situação da frota de veículos. Leila revelou que, dos 49 caminhões comprados durante a gestão de Paulo Garcia (2010–2016), apenas 19 constam em uma lista oficial, sendo que apenas quatro estão operacionais. A promotora também acessou documentos relacionados à folha de pagamento, que revelou disparidades salariais gritantes.

Supersalários e auditorias

Os altos salários pagos a determinados funcionários são uma preocupação recorrente. O prefeito Sandro Mabel e o novo presidente da Comurg, coronel Cleber Aparecido Santos, já haviam sinalizado a necessidade de intervenção. “Temos motoristas ganhando R$ 10 mil, enquanto outros, na mesma função, recebem apenas o salário mínimo. Isso precisa ser revisto com urgência”, destacou Mabel.

Em resposta, o Ministério Público recomendou a realização de uma auditoria externa e a anulação de cláusulas polêmicas no Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2026. Uma dessas cláusulas impede a demissão de funcionários em caso de terceirização, o que, segundo a promotora, contraria a autonomia administrativa da Prefeitura.

Novo presidente promete mudanças

Durante a vistoria, o presidente da Comurg declarou conhecer os desafios e reafirmou o compromisso com a transparência e a eficiência. “Estamos implementando gestão onde não havia. A parceria direta com o Ministério Público será crucial para corrigir os problemas históricos da companhia e restabelecer sua funcionalidade”, declarou Cleber Santos.

Próximos passos

A atuação do MP-GO dependerá das informações a serem fornecidas pela nova gestão. Enquanto isso, a Prefeitura e a Controladoria-Geral do Município já iniciaram auditorias internas.

Impactos para Goiânia

As irregularidades na Comurg impactam diretamente a qualidade dos serviços prestados à população, como a coleta de lixo e a manutenção de áreas públicas. A expectativa é que as investigações resultem em uma reestruturação que permita maior eficiência e economia aos cofres públicos.
A visita inédita à Comurg escancara problemas que há anos comprometem a gestão da companhia. Com a intervenção do Ministério Público e o apoio da nova administração, espera-se que os próximos passos tragam soluções concretas e mais transparência para a administração pública em Goiânia.

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