21 de junho de 2025
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Trio vindo de Manaus é preso em flagrante no Aeroporto de Brasília com mais de R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo

Homens são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro; montante era transportado em malas, sem comprovação de origem lícita. Polícia Federal reforça atuação contra crimes financeiros em rotas aéreas estratégicas do país
Mala com dinheiro em espécie (Divulgação/ Polícia Federal (PF))

Em mais uma ofensiva contra o crime financeiro no Brasil, a Polícia Federal prendeu em flagrante, nesta terça-feira (20), três homens que transportavam mais de R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo, escondido em malas, durante fiscalização de rotina no Aeroporto Internacional de Brasília. Segundo a corporação, os suspeitos vinham de Manaus (AM) e não apresentaram qualquer documentação que justificasse a origem ou o destino lícito dos valores.

O flagrante ocorreu no setor de desembarque do aeroporto Juscelino Kubitschek, um dos principais centros de conexões aéreas do país. Durante o procedimento de inspeção, agentes federais desconfiaram do comportamento dos passageiros e, com o auxílio de cães farejadores e scanner de bagagens, encontraram as notas em compartimentos camuflados das malas.

Dinheiro em espécie: alerta de possível crime

A quantia apreendida chamou atenção não apenas pelo volume, mas também pela tentativa de ocultação disfarçada, o que intensificou a suspeita de lavagem de dinheiro. O crime, tipificado na Lei nº 9.613/1998, é frequentemente associado a atividades ilegais como tráfico de drogas, contrabando, corrupção e fraudes fiscais.

Em nota, a Polícia Federal destacou que a ausência de justificativa formal para o transporte da quantia, somada à forma como o dinheiro foi acondicionado, reforça a possibilidade de tentativa de “ocultação ou dissimulação da origem, localização e propriedade dos valores”. Os três homens, cujas identidades não foram divulgadas, foram conduzidos à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde prestaram depoimento e permanecem à disposição da Justiça Federal.

Se forem condenados, os suspeitos poderão cumprir pena de três a dez anos de prisão, além de multa. A investigação agora busca traçar o percurso do dinheiro e sua eventual ligação com organizações criminosas.

Aeroportos como rota de dinheiro ilícito

Este não é um caso isolado. Fontes da própria Polícia Federal revelaram que aumentou significativamente o fluxo de dinheiro em espécie por aeroportos da Região Norte, especialmente em voos saindo de Manaus e Belém. Um relatório de 2024 da Unidade de Inteligência Financeira (UIF, antigo Coaf) aponta que transações suspeitas envolvendo transporte físico de valores em voos comerciais subiram 23% no último ano, muitas vezes com destino às capitais do Sudeste e do Centro-Oeste.

“É uma rota que vem sendo monitorada de perto. Transportar quantias altas em dinheiro vivo é incomum e, quando não há justificativa plausível, levanta alerta de práticas ilícitas. Os aeroportos são alvos estratégicos para o escoamento de valores ilegais”, explicou sob anonimato um delegado da PF especializado em crimes financeiros.

Legislação e responsabilidade do passageiro

Segundo a legislação brasileira, não há um limite específico para portar dinheiro em espécie dentro do território nacional, mas o viajante deve comprovar a origem lícita dos recursos, especialmente quando os valores superam R$ 10 mil. Caso contrário, pode ser enquadrado por crime de lavagem de dinheiro ou evasão de divisas, se houver intenção de remeter os valores ao exterior sem declaração.

A Receita Federal também pode ser acionada em casos como este, aplicando sanções administrativas e colaborando com a investigação criminal.


O caso acende um alerta para o uso do sistema aeroportuário por redes criminosas e para a necessidade de reforçar os mecanismos de rastreamento financeiro e cooperação interinstitucional entre Receita, Polícia Federal, Banco Central e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As investigações continuam e podem revelar ramificações mais amplas, envolvendo lavagem sistêmica de capitais e possíveis conexões com o crime organizado.

A PF reforça que o combate à criminalidade financeira segue como prioridade, em especial em um contexto global em que dinheiro vivo tem sido cada vez mais associado a práticas ilícitas e à tentativa de burlar o sistema financeiro oficial.

Veja a nota enviada pela Polícia Federal do DF:

A Polícia Federal, durante fiscalização de rotina no Aeroporto Internacional de Brasília, nesta terça-feira (20/5), prendeu em flagrante três passageiros provenientes de Manaus/AM por lavagem de dinheiro. Os indivíduos transportavam quantia de dinheiro em espécie, cuja soma ultrapassa R$ 1,2 milhão.

Diante dos fatos, as investigações serão aprofundadas, visando a possível ampliação do rol de crimes.

Comunicação Social da Polícia Federal em Brasília/DF

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