14 de fevereiro de 2025
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Secretário de Saúde de Goiânia é preso em operação do MP-GO por supostos pagamentos irregulares

Esquema investigado envolve contratos administrativos, desvio de recursos e crise na saúde pública.
A investigação aponta para a associação dos alvos para a prática reiterada de crimes, com a concessão de vantagens em contratos, ocasionando prejuízo para a administração pública.

O secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso na manhã desta quarta-feira (27) durante uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Além dele, o secretário executivo e o diretor financeiro da Secretaria Municipal de Saúde também foram detidos. A ação investiga irregularidades em contratos administrativos, como o descumprimento da ordem cronológica de pagamentos, o que teria gerado prejuízos significativos aos cofres públicos e contribuído para agravar a crise na saúde da capital.

Detalhes da investigação

De acordo com o MP-GO, os detidos são suspeitos de participar de uma associação criminosa que favorecia empresas específicas em contratos públicos. O esquema envolvia o pagamento de valores fora da ordem estabelecida por lei, concedendo vantagens ilícitas. Durante a operação, foram encontrados R$ 20.085,00 em espécie na posse de um dos investigados, aumentando as suspeitas de corrupção.

Impactos na saúde pública

As consequências do suposto esquema vão além do desvio de recursos. Segundo os promotores, a irregularidade nos pagamentos agravou a crise na saúde pública de Goiânia, afetando diretamente o funcionamento de instituições essenciais como a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).

A Fundahc, que já enfrenta uma dívida acumulada de R$ 121,8 milhões, teve suas operações severamente impactadas. Em agosto, a entidade foi obrigada a suspender os atendimentos em maternidades importantes, como a Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, mantendo apenas serviços eletivos.

Além disso, a rede pública municipal enfrenta falta de insumos básicos, interrupções de serviços e dificuldades no acesso a leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A situação tem resultado em mortes de pacientes à espera de vagas, um reflexo direto da precarização gerada pela má gestão dos recursos.

Contexto crítico da saúde em Goiânia

A crise não é recente, mas tem se intensificado. Relatos de pacientes e profissionais de saúde apontam para a escassez de medicamentos, materiais hospitalares e atrasos no pagamento de fornecedores. A falta de leitos de UTI e a superlotação de unidades de saúde são problemas crônicos, agravados pelas dificuldades financeiras e pela gestão ineficiente.

A situação chegou a um ponto crítico com a paralisação parcial das maternidades e o aumento de óbitos por falta de atendimento adequado. Para especialistas, o prejuízo causado pelo esquema não se limita ao aspecto financeiro, mas também à perda de vidas e à deterioração da confiança pública nos serviços de saúde.

O que dizem as autoridades

Até o momento, Wilson Pollara e os demais presos ainda não se pronunciaram sobre as acusações. O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, afirmou que está acompanhando as investigações e prometeu tomar medidas cabíveis. “Não compactuamos com atos ilícitos. A população merece uma gestão transparente e eficiente na saúde pública”, declarou o prefeito em nota.

Por sua vez, o MP-GO reforçou que as investigações estão em andamento e que novos desdobramentos podem ocorrer. “Nosso objetivo é garantir que os responsáveis sejam responsabilizados e que os recursos sejam destinados ao que realmente importa: atender a população de Goiânia com dignidade e eficiência”, declarou um dos promotores à frente do caso.

A operação do MP-GO evidencia a urgência de melhorias na transparência e na gestão da saúde pública em Goiânia. Enquanto as investigações prosseguem, a população segue enfrentando os desafios diários de um sistema de saúde sobrecarregado e debilitado, que clama por soluções concretas e eficazes.

Esta operação pode marcar o início de mudanças estruturais, mas também expõe a necessidade de um monitoramento mais rigoroso e contínuo das políticas públicas de saúde, para evitar que crises como essa se repitam no futuro.

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