PF desarticula megaesquema de envio ilegal de medicamentos para os EUA e prende líder de farmácia clandestina
Operação Dose Clandestina revela rede que traficava mais de uma tonelada de remédios, ocultava fármacos em encomendas e movimentou mais de R$ 4 milhões. Goiás concentra parte central do esquema.

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (24) a Operação Dose Clandestina, um cerco coordenado contra uma organização criminosa que atuava no tráfico internacional de medicamentos e que movimentou mais de R$ 4 milhões com o envio ilegal de fármacos do Brasil para os Estados Unidos.
Com ramificações em sete unidades da federação — incluindo Goiás, São Paulo, Paraná, Amapá, Espírito Santo, Minas Gerais e o Distrito Federal — a PF cumpriu 25 mandados judiciais, sendo 11 apenas em Goiás, incluindo dois de prisão preventiva. Os nomes dos envolvidos seguem sob sigilo, mas os alvos integram núcleos articulados que atuavam tanto na obtenção fraudulenta dos remédios quanto na logística internacional do tráfico.
Receitas médicas falsas e farmácia fantasma
Segundo o delegado Bruno Gama, responsável pela investigação, o grupo agia em duas frentes. No Brasil, criminosos falsificavam receitas médicas e compravam os medicamentos em nome de terceiros. Em seguida, enviavam os produtos em grandes caixas disfarçadas de remessas pessoais por meio de empresas de exportação.
Já no exterior, o esquema contava com pessoas que recebiam os pacotes e os entregavam a um líder, responsável por operar uma verdadeira farmácia clandestina nos Estados Unidos, voltada a atender a comunidade brasileira imigrante. O local chegou a oferecer aplicação de medicamentos injetáveis sem qualquer supervisão legal ou sanitária.
“Identificamos pelo menos 150 remessas ilegais, o que representa uma ameaça à saúde pública e um desvio grave de controle sanitário. O armazenamento e a aplicação ocorriam fora de qualquer padrão técnico ou normativo”, explicou o delegado.
Líder preso e investigações em curso
O chefe do braço internacional da quadrilha foi preso em flagrante em março, durante a fase sigilosa da investigação. Ele operava a estrutura clandestina com aparência de legalidade, atraindo consumidores desavisados, inclusive por meio de redes sociais.
De acordo com a PF, os crimes apurados incluem tráfico internacional de drogas (quando relacionado a medicamentos controlados), falsidade ideológica, uso de documentos falsos, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) colaborou ativamente com a operação, fornecendo dados sobre os fármacos controlados e ajudando a rastrear transações suspeitas.
A operação representa mais um avanço no enfrentamento ao comércio ilícito de medicamentos, que além de crime, coloca em risco a saúde de milhares de pessoas, segundo destacou a PF em nota oficial.
As investigações continuam, e novos desdobramentos não estão descartados.
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