Ministro responsabiliza falha na infraestrutura por apagão nacional gerado por incêndio em subestação
Problema na Subestação de Bateias (PR) provocou desligamento controlado de 10 mil MW; energia foi restabelecida em até 2h30 em todas as regiões.

Um apagão de grande escala atingiu o Brasil na madrugada de 14 de outubro, interrompendo o fornecimento de energia em pelo menos oito estados e no Distrito Federal. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, atribuiu o episódio não a falta de geração, mas a uma falha pontual na infraestrutura de transmissão, desencadeada por um incêndio em reator da Subestação de Bateias (PR) — evento que provocou a atuação automática de mecanismos de proteção no Sistema Interligado Nacional (SIN).
De acordo com o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a falha ocorreu às 0h32, com desligamento de cerca de 10.000 MW de carga, afetando os subsistemas Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte.
Nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, o restabelecimento foi concluído por volta de 1h30, enquanto na região Sul a compensação da rede foi finalizada cerca de 2h30 depois do incidente.
Incêndio e efeito dominó
A subestação de Bateias, localizada na Região Metropolitana de Curitiba, opera em 500 kV e desempenha papel estratégico no equilíbrio entre a carga energética do Sul e sua exportação para outras regiões.
Segundo a Copel, embora o incêndio tenha afetado um reator pertencente a Furnas, nenhum equipamento da Copel foi danificado. O desligamento abrupto da subestação provocou desequilíbrio instantâneo no fluxo energético, precipitando o acionamento do Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC) — sistema automático que impõe cortes temporários controlados para preservar a integridade da malha.
Silveira enfatizou que o apagão decorre de falha na transmissão, e não de escassez de energia: “Não é falta de energia, é um problema na infraestrutura que transmite a energia.” Ele destacou que o país atualmente dispõe de capacidade energética suficiente, diferentemente de episódios de apagão do passado.
Alcance e impacto regional
Distribuidoras reportaram milhões de consumidores afetados. Só a Enel São Paulo comunicou que 937 mil clientes ficaram sem luz e que o fornecimento foi normalizado em cerca de 8 minutos por meio de ação do ERAC.
No Rio de Janeiro, 11 subestações da Light foram atingidas, deixando até 450 mil imóveis sem energia nas zonas norte, oeste e Baixada Fluminense. O restabelecimento ocorreu por volta da 1h05.
Na região Norte, a concessionária Amazonas Energia informou que houve perturbação no SIN e interrupção em bairros de Manaus, Parintins e Itacoatiara, com retorno gradual do sistema.
Estados mais afetados em termos de carga desligada, segundo apurações da CNN, foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná — juntos, impactaram milhares de MW retirados momentaneamente da rede.
Resposta e apuração técnica
Imediatamente após o incidente, o ONS iniciou ação coordenada para recompor cargas de forma controlada e segura. Também foi agendada uma reunião de agentes setoriais para esta terça e um Relatório de Análise da Perturbação (RAP) deve ser apresentado até 17 de outubro.
O Ministério de Minas e Energia reforçou que o episódio foi uma falha pontual, destacando a agilidade da recomposição e que o sistema voltou à normalidade em poucas horas.
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