15 de maio de 2025
JustiçaNotíciasPolíciaÚltimas

Família suspeita de agiotagem movimenta R$ 90 milhões e tem 38 imóveis apreendidos em Goiás e no DF

A maior apreensão de bens já realizada na região foi fruto da Operação Gold Fly, que investiga práticas de agiotagem, lavagem de dinheiro e a ocultação de valores em empresas de fachada.
Durante a operação, a polícia encontrou R$ 3,5 milhões em cheques de terceiros, além de anotações que indicavam cobrança de juros abusivos.

Uma família investigada por agiotagem e que movimentou R$ 90,5 milhões em empréstimos ilegais nos últimos cinco anos teve 38 imóveis apreendidos na manhã de quinta-feira (24), durante a Operação Gold Fly. Os bens, que incluem apartamentos e chácaras localizados em Águas Lindas de Goiás e em diversas regiões do Distrito Federal (DF), foram adquiridos com dinheiro obtido por meio de práticas ilícitas de empréstimos com juros altíssimos.

Segundo a Polícia Civil, os imóveis eram utilizados como garantia para empréstimos, cujos juros variavam de 6% a 10%, bem acima dos limites legais permitidos. A apreensão abrangeu áreas de alto valor, como Águas Claras, Asa Sul, Asa Norte, Setor Hoteleiro Norte, Samambaia, Taguatinga e Brazlândia. Esta é considerada a maior apreensão de bens já realizada em ações contra agiotagem na região.

A operação, que contou com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão, teve como alvo a residência da família, localizada em Brazlândia, onde também estão os escritórios utilizados para a prática dos crimes. Além dos imóveis, foram apreendidos documentos e registros que indicam a exploração ilegal de vítimas, que eram coagidas a entregar procurações plenas sobre seus bens – como imóveis e veículos – em troca de empréstimos vultosos.

De acordo com as investigações, o líder do grupo criminoso seria o principal responsável pela exigência das procurações e pela movimentação dos recursos, que eram ocultados em contas bancárias de parentes e em empresas de fachada. A Polícia Civil acredita que o grupo atua no ramo da agiotagem há pelo menos dez anos, utilizando-se de práticas sofisticadas para evitar o rastreamento das transações.

A operação é um desdobramento da Operação Old West, que investigou em dezembro de 2023 o esquema de lavagem de dinheiro proveniente do extinto DFTRANS, o sistema de bilhetagem do transporte público do Distrito Federal. Durante a Operação Old West, foram encontrados R$ 3,5 milhões em cheques de terceiros, além de anotações que indicavam a cobrança de juros exorbitantes, evidenciando o modus operandi do grupo.

A Polícia Civil segue com a investigação, que está sendo conduzida pela 18ª Delegacia de Polícia, e ainda não há informações sobre novas prisões ou sobre a localização de outros membros do grupo. A apreensão dos imóveis é um dos primeiros passos para a recuperação do montante ilicitamente obtido pelos suspeitos, e novos desdobramentos da operação podem ocorrer nas próximas semanas.

Essa ação reflete o empenho das autoridades em combater a agiotagem e suas ramificações, que afetam diretamente as vítimas, muitas vezes sem acesso à justiça ou a alternativas financeiras legítimas. A Polícia Civil reafirma o compromisso de seguir no enfrentamento de práticas criminosas que impactam a sociedade e a economia local.

Tags: #agiotagem #lavagemdedinheiro #OperaçãoGoldFly #PolíciaCivil #investigação #ÁguasLindas #DistritoFederal #imóveis