De peito aberto, Aparecidense desafia o Fluminense, mas se despede da Copa do Brasil com goleada no Mané Garrincha
Camaleão surpreende com gol de Wellington Carvalho e joga de igual para igual até o fim do 1º tempo, mas erros na etapa final custam caro; Tricolor impõe sua força e avança às oitavas com autoridade.

O sonho da Aparecidense na Copa do Brasil chegou ao fim na noite desta quarta-feira (21), com tintas dramáticas e lampejos de ousadia. No palco nobre do Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o Camaleão chegou a assustar o Fluminense ao sair na frente com gol do zagueiro Wellington Carvalho. Mas, diante da superioridade técnica e do elenco mais robusto do adversário, acabou sucumbindo: 4 a 1, de virada, e eliminação da terceira fase do torneio com o placar agregado de 5 a 1.
A vitória confirma o Fluminense entre os 16 melhores da Copa do Brasil, enquanto a Aparecidense agora foca todas as suas energias na disputa da Série D do Campeonato Brasileiro, onde briga por uma vaga no mata-mata.
O placar, apesar de elástico, não traduz completamente a entrega do time goiano, que competiu de igual para igual por boa parte da primeira etapa e teve momentos de protagonismo no duelo. No entanto, a diferença de investimento, experiência e preparo físico ficou evidente na reta final, quando os erros individuais e coletivos se acumularam.
Camaleão corajoso: início promissor e gol da esperança
A estratégia do técnico Lúcio Flávio ficou clara desde os primeiros toques na bola: posse, compactação e tentativa de equilibrar o jogo no meio-campo. Sem se intimidar com o peso da camisa tricolor, a Aparecidense encontrou espaços pelos lados, especialmente com Mário Henrique e Higor Leite.
O gol veio aos 30 minutos do primeiro tempo, após escanteio cobrado com precisão. Wellington Carvalho, cria do Fluminense, subiu mais alto que todo mundo e testou firme. A bola beijou o travessão antes de cruzar a linha, explodindo em comemoração o modesto, mas barulhento, contingente de torcedores goianos nas arquibancadas.
Naquele momento, o 1 a 0 levava a decisão para os pênaltis. Mas a vantagem durou pouco.
Fluminense reage com técnica e tranquilidade
A resposta do time de Renato Gaúcho foi rápida. Aos 40 minutos, após boa articulação pelo meio, Ganso achou Samuel Xavier infiltrando. O lateral bateu com precisão, a bola beijou a trave e morreu no fundo da rede, empatando o duelo.
Pouco antes do apito para o intervalo, novo balde de água fria nos goianos: Serna dominou na área, Dyego tentou cortar e a bola sobrou para Everaldo, que testou sem marcação para virar o jogo: 2 a 1.
A partir dali, o Fluminense, mesmo sem uma atuação brilhante, exerceu o controle emocional e técnico do confronto.
Erros e desgaste: Aparecidense cede terreno e Flu constrói goleada
O segundo tempo foi mais frio em ritmo, mas fatal em decisões. O Camaleão, embora voluntarioso, esbarrou na exaustão e começou a falhar em demasia na saída de bola. Aos 18 minutos, um lance confuso acabou com gol contra do goleiro Vanderley após chute de Serna e desvio na trave.
A pá de cal veio aos 25 minutos, quando Kaio Nunes errou passe na frente da área. A bola caiu nos pés de Ganso, que teve liberdade para dominar e colocar na gaveta. Sem chances para Matheus Alves, o placar saltava para 4 a 1 e selava o destino dos goianos.
Destaques e números da partida
O Fluminense contou com boa atuação coletiva, com destaque para Ganso, autor de um gol e maestro na distribuição de jogo. Everaldo e Samuel Xavier também foram decisivos, com presença ofensiva constante.
Do lado da Aparecidense, sobressaem-se a valentia de Wellington Carvalho e o esforço defensivo de David Junio, que evitou pelo menos dois gols claros. O goleiro Matheus Alves, apesar do resultado, fez defesas importantes.
Com 10.113 torcedores presentes e renda superior a R$ 700 mil, a partida movimentou Brasília com futebol de dois mundos diferentes: a força da elite e a persistência dos emergentes.
Próximos passos
Enquanto o Fluminense vira a chave para o clássico com o Vasco, no sábado (24), pelo Brasileirão, a Aparecidense terá um confronto decisivo no mesmo dia, às 16h30, contra o líder Ceilândia, em duelo direto pelo Grupo A-5 da Série D, no Abadião.
Para o Camaleão, fica a experiência e a exposição nacional. Mesmo com a eliminação, a campanha na Copa do Brasil mostrou que o futebol goiano tem histórias valentes a contar, mesmo diante de gigantes. E que a camisa pode ser mais leve, mas o coração não bate menos forte.
Ficha Técnica
Copa do Brasil – 3ª fase (Volta)
Data: 21/05/2025 | Hora: 19h30 | Local: Estádio Mané Garrincha, Brasília (DF)
Público: 10.113 | Renda: R$ 709.778,00
Árbitro: Felipe Fernandes de Lima (MG)
VAR: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Aparecidense: Matheus Alves; David Junio, Wellington Carvalho, Vanderley e Mário Henrique (Paulo Meneses); Dyego (Gui Meira), Enzo e Higor Leite (Juninho); Kaio Nunes (Allef), Júlio César (Stéfano Pinho) e João Marcos. Técnico: Lúcio Flávio.
Fluminense: Fábio; Samuel Xavier (Guga), Thiago Santos, Ignácio e Alexsander Fuentes; Nonato, Hércules (Lezcano) e Ganso; Arias (Isaque), Everaldo (Paulo Baya) e Serna (Riquelme Felipe). Técnico: Renato Gaúcho.
Gols:
- Wellington Carvalho (APA), 30’/1T
- Samuel Xavier (FLU), 40’/1T
- Everaldo (FLU), 46’/1T
- Vanderley (contra – FLU), 18’/2T
- Ganso (FLU), 25’/2T
Cartões amarelos: Enzo (APA); Nonato, Thiago Santos (FLU)
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