30 de abril de 2025
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Dengue e Diabetes: Risco Aumentado Reforça Importância da Vacinação

Com casos em alta e circulação do sorotipo 3, pacientes diabéticos devem redobrar os cuidados e buscar a imunização disponível
Pacientes com a doença fazem parte do grupo de risco, assim como idosos, gestantes, crianças e imunossuprimidos.

O avanço da dengue no Brasil em 2025 já acende um alerta entre especialistas e autoridades sanitárias. O país registrou um aumento expressivo de casos nos primeiros meses do ano, com estados como São Paulo decretando estado de emergência. A preocupação é que os números ultrapassem os 6,6 milhões de casos e os 6 mil óbitos contabilizados em 2024.

Um dos principais agravantes para este ano é a circulação intensa do sorotipo 3 (DENV-3), que há anos não predominava no país. Isso significa que milhões de brasileiros podem ser infectados por um tipo do vírus contra o qual não possuem imunidade, aumentando o risco de formas graves da doença.

Dentre os grupos mais vulneráveis estão idosos, crianças, gestantes, imunossuprimidos e pacientes com doenças crônicas, como o diabetes. Quem tem diabetes pode desenvolver complicações mais severas ao contrair a dengue, o que torna a prevenção fundamental.

Por que diabéticos têm maior risco de complicações?

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com diabetes enfrentam maior risco de complicações em infecções virais, incluindo a dengue. Isso ocorre porque o descontrole da glicemia pode levar a um quadro inflamatório mais intenso, dificultando a recuperação e aumentando a gravidade dos sintomas.

Além disso, a dengue pode causar desidratação severa e redução da pressão arterial, agravando o risco de hipoglicemia ou cetoacidose diabética, complicações potencialmente fatais para quem tem a doença.

Os principais sinais de alerta para formas graves da dengue incluem:

Vômitos persistentes
Dor abdominal intensa
Sangramentos (gengiva, nariz, fezes)
Queda de pressão e desmaios
Irritabilidade e confusão mental

Caso esses sintomas apareçam, a recomendação é buscar imediatamente uma unidade de saúde.

Vacinação: principal ferramenta de prevenção

Desde 2024, o Brasil passou a oferecer a vacina contra a dengue no SUS para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. Na rede privada, a imunização está disponível para pessoas de 4 a 59 anos. O esquema vacinal prevê duas doses, com intervalo de três meses.

Pacientes com diabetes, desde que dentro da faixa etária recomendada, podem e devem se vacinar. O pediatra e infectologista Marco Aurélio Safadi, coordenador do Departamento de Imunização em Diabetes da SBD, ressalta que a imunização é segura para diabéticos.

“Os pacientes que vivem com diabetes, especialmente quando bem controlados, podem receber a vacina sem problemas. Ela é uma importante ferramenta para evitar formas graves da doença”, explica o especialista.

Atualmente, a vacina não é recomendada para maiores de 60 anos, pois ainda não há estudos suficientes sobre sua segurança nesse público.

Tratamento e cuidados essenciais

Não existe um remédio específico para a dengue, por isso o tratamento se baseia no alívio dos sintomas e na hidratação constante. Nos casos mais leves, a ingestão de líquidos por via oral pode ser suficiente, mas nos quadros mais graves a internação e a hidratação venosa são necessárias.

Além da vacinação, a melhor forma de se proteger da dengue é evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Isso inclui:

Eliminar água parada em vasos, pneus e recipientes
Usar repelente diariamente
Instalar telas em janelas e portas
Vestir roupas compridas em locais com alta incidência do mosquito

Com a chegada do período de maior incidência da dengue, a prevenção se torna a melhor estratégia para evitar complicações e mortes, especialmente entre os grupos de risco.

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