Comurg sob nova gestão: cortes de supersalários e reestruturação para sanar dívida bilionária
Após escândalos de supersalários e dívida de R$ 2 bilhões, nova administração de Sandro Mabel implementa medidas drásticas na Companhia de Urbanização de Goiânia
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) enfrenta uma crise financeira sem precedentes, com uma dívida que ultrapassa R$ 2 bilhões, representando cerca de metade do déficit total de R$ 3,4 bilhões deixado pela gestão do ex-prefeito Rogério Cruz (SD).
Relatórios recentes revelam que, em novembro de 2024, funcionários em cargos operacionais, como serventes de pedreiro, garis e jardineiros, com salários-base em torno de R$ 1.500, receberam remunerações entre R$ 15 mil e R$ 19 mil, devido a gratificações e adicionais. Casos mais extremos incluem uma auxiliar de limpeza que recebeu R$ 44 mil, superando o salário do prefeito, que é de R$ 34,5 mil.
Em resposta a essa situação alarmante, o novo prefeito, Sandro Mabel (UB), iniciou uma reestruturação drástica na Comurg. Logo nos primeiros dias de 2025, foram exonerados 420 cargos comissionados, representando mais da metade dos postos de livre indicação, com a expectativa de reduzir R$ 3 milhões mensais na folha de pagamento. Além disso, Mabel anunciou a suspensão de gratificações e horas extras, visando uma economia total de R$ 12 milhões em despesas de pessoal.
O prefeito também destacou a necessidade de reduzir significativamente os custos operacionais da Comurg, que atualmente consome cerca de R$ 100 milhões por mês. Mabel afirmou que é possível realizar os mesmos serviços com um orçamento de R$ 28 milhões mensais, indicando um potencial desperdício de recursos na gestão anterior.
A dívida total de R$ 3,4 bilhões deixada pela administração de Rogério Cruz não se limita à Comurg. A Secretaria de Saúde enfrenta um passivo de R$ 600 milhões em despesas não empenhadas, comprometendo o orçamento de 2025. Outros setores, como o Instituto Municipal de Assistência à Saúde (IMAS) e contratos de aluguel de veículos, também apresentam débitos significativos, agravando a crise fiscal do município.
A nova gestão municipal enfrenta o desafio de equilibrar as finanças públicas, implementar medidas de austeridade e garantir a continuidade dos serviços essenciais à população de Goiânia. A reestruturação da Comurg é um passo inicial nesse processo, buscando corrigir distorções salariais e otimizar a utilização dos recursos públicos.
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