15 de maio de 2025
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Agrodefesa fecha abatedouro clandestino em Aragoiânia e apreende mais de uma tonelada de carne suína imprópria

Fiscais encontraram vísceras, banha e carne em condições precárias; local operava sem licença, higiene ou controle sanitário. Responsável poderá responder por crimes ambientais, contra o consumidor e maus-tratos a animais
Denúncias podem ser feitas de forma anônima pelo telefone 0800 646 1122 ou pelos canais digitais do órgão. O sigilo é garantido.

Uma força-tarefa liderada pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) interditou nesta terça-feira (29/04) um abatedouro clandestino de suínos que operava em uma fazenda nos arredores de Aragoiânia, na Região Metropolitana de Goiânia. A operação teve apoio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Vigilância Sanitária local e culminou na apreensão de 1.166 quilos de carne suína, 40 latas de banha e vísceras — todos considerados impróprios para o consumo humano.

O material foi descartado conforme normas sanitárias, após inspeção confirmar ausência de condições mínimas de higiene e estrutura, tanto no abate quanto na manipulação e no armazenamento dos produtos.


Cenário de risco à saúde pública

Segundo fiscais da Gerência de Fiscalização Agropecuária e da Unidade Regional Rio dos Bois, o local funcionava sem qualquer registro sanitário ou licença ambiental, contrariando todas as exigências legais para a atividade. A criação dos suínos era feita sem acompanhamento técnico, controle de doenças ou condições sanitárias mínimas.

Os fiscais relataram que o abate era realizado de forma rudimentar, com instrumentos enferrujados, superfícies sujas e ausência total de refrigeração. A carne era manuseada diretamente no chão e armazenada em recipientes contaminados, em ambiente com presença de insetos e sem qualquer controle de temperatura.

“Encontramos um cenário crítico, de risco sanitário evidente e potencial de contaminação em cadeia. O consumo desse tipo de produto representa ameaça direta à saúde da população”, afirmou Israel Mendes Ivo, coordenador da fiscalização.


Consequências criminais e administrativas

O responsável pelo abatedouro, que não teve o nome divulgado, poderá responder por uma série de crimes:

  • Crime contra as relações de consumo (Lei nº 8.137/90): pena de até 5 anos de reclusão;
  • Afirmação enganosa sobre produto alimentício (Art. 66 do Código de Defesa do Consumidor): até 1 ano de detenção;
  • Maus-tratos a animais (Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605/98): pena de até 1 ano de reclusão, além de multa;
  • Além disso, multas administrativas foram aplicadas e o local interditado permanentemente.

A Agrodefesa ainda determinou que os responsáveis sejam incluídos em cadastro de infrações sanitárias estaduais e comunicou o Ministério Público para eventual responsabilização penal.


Agrodefesa reforça combate ao abate ilegal

Para o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o caso reforça a importância da vigilância ativa no campo:

“O abate clandestino é crime grave. Atenta contra a saúde da população, contra o bem-estar animal e contra os produtores legais, que seguem normas sanitárias rigorosas. Não vamos tolerar práticas desse tipo em Goiás.”

Denúncias sobre abatedouros clandestinos, manipulação irregular de carnes ou venda de produtos sem inspeção oficial podem ser feitas de forma anônima pelo número 0800 646 1122 ou pelos canais da Agrodefesa.


Alerta à população: por que evitar carne sem inspeção

Consumir carne de origem desconhecida, não inspecionada, pode expor o consumidor a doenças graves como:

  • Salmonelose e Listeriose (bactérias presentes em carnes contaminadas);
  • Triquinose e Cisticercose (parasitas presentes em suínos sem controle sanitário);
  • Hepatites virais e toxinfecções alimentares severas.

A orientação dos órgãos de fiscalização é clara: exija o selo de inspeção (SIF ou SIM) nas embalagens e, em caso de dúvida, recuse o produto.

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