8 de dezembro de 2025
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“Operação Máscara Digital: Polícia Civil de Goiás prende secretário e jornalista por crimes virtuais em Anápolis”

Grupo usava perfis falsos para difamar e perseguir figuras públicas nas redes sociais. Investigações revelam esquema articulado que combinava ataques sistemáticos, uso de identidade falsa e estrutura de comunicação oficial.
Denilson e Luis Gustavo foram presos em operação da Polícia Civil que investiga ataques virtuais e perseguição por meio de perfis anônimos (foto: reprodução)

Em uma operação que expôs os bastidores obscuros de ataques digitais articulados em Anápolis, a Polícia Civil de Goiás, por meio do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) da 3ª Delegacia Regional, deflagrou nesta sexta-feira (16) a Operação Máscara Digital. A ação teve como alvo uma associação criminosa especializada em crimes contra a honra, perseguição virtual e disseminação de fake news por meio de perfis anônimos nas redes sociais.

A investigação, que vinha sendo conduzida de forma sigilosa há meses, culminou no cumprimento de 10 medidas judiciais, incluindo três prisões temporárias, três mandados de busca e apreensão, além de outras medidas cautelares de restrição digital e patrimonial.

Entre os presos estão o secretário municipal de Comunicação de Anápolis, Luis Gustavo Souza Rocha, e o jornalista Denilson da Silva Boaventura, proprietário de um portal de notícias local. Também foi presa Ellysama Aires Lopes Almeida, apontada como responsável direta pela gestão dos perfis falsos e articulação editorial dos ataques.


Ataques sistemáticos e organização hierárquica

As investigações começaram após uma denúncia formal de uma vítima que relatou perseguição e difamação por parte do perfil “@anapolisnaroda”. Ao aprofundar a apuração, os agentes constataram diversos outros boletins de ocorrência, todos envolvendo a mesma rede de páginas — “@anapolisnaroda”, “@anapolisnaroda2” e “@anapolisnaroda3” — que operavam como uma rede de difusão anônima de conteúdo ofensivo, com aparência de jornalismo popular.

Segundo a Polícia Civil, o grupo operava de forma coordenada e com divisão clara de funções:

  • Um dos envolvidos demandava os conteúdos difamatórios, com interesses políticos ou pessoais;
  • Outro era o executor e editor, responsável por criar e adaptar os textos;
  • O terceiro atuava como gestor das postagens e responsável técnico pelas contas falsas.

A estrutura era deliberadamente montada para ocultar a identidade dos autores e simular independência editorial, aproveitando-se das falhas na regulação digital e da descentralização das plataformas sociais.


Alcance das postagens e impactos sociais

O conteúdo publicado pelos perfis investigados mirava servidores públicos, políticos, empresários e lideranças comunitárias, com mensagens ofensivas, insinuações caluniosas e informações descontextualizadas que feriam a honra das vítimas. Os alvos relatavam ameaças, constrangimento, desgaste psicológico e impactos familiares e profissionais, além de prejuízos à reputação pública.

Com o avanço da apuração, a Polícia Civil também identificou que os perfis eram usados para atacar adversários políticos, em suposto benefício de aliados institucionais, o que acendeu o alerta sobre o uso indevido da estrutura pública de comunicação para fins pessoais ou partidários.


Crimes e consequências legais

Os envolvidos vão responder por um conjunto de crimes tipificados no Código Penal e na Lei de Crimes Cibernéticos:

  • Difamação (Art. 139)
  • Injúria (Art. 140)
  • Perseguição (stalking) (Art. 147-A)
  • Falsa identidade (Art. 307)
  • Associação criminosa (Art. 288)

A exposição pública dos nomes e imagens dos investigados foi autorizada judicialmente, em razão do interesse público e da possibilidade de surgimento de novas vítimas. A Polícia Civil reforça que pessoas atingidas por conteúdos publicados nas páginas investigadas devem procurar a delegacia mais próxima ou utilizar os canais digitais de denúncia.


Silêncio das defesas e apelos à ética digital

Até o momento da publicação desta reportagem, as defesas dos investigados não haviam sido localizadas. O espaço permanece aberto para manifestação.

O caso reforça o alerta sobre os limites entre liberdade de expressão e crime, e acende o debate sobre a urgência da regulação ética e legal do uso das redes sociais, especialmente em tempos de polarização e manipulação de narrativas.

“A internet não pode ser território de impunidade. Não é aceitável que agentes públicos e comunicadores usem o anonimato para desmoralizar e manipular a opinião pública”, declarou um investigador envolvido no caso, sob condição de anonimato.


Canal para denúncias

A Polícia Civil mantém canais para denúncias anônimas sobre crimes digitais:

  • Delegacia de Polícia Civil de Anápolis – GEIC: (62) 3201-1212
  • Denúncia Online: www.pcgo.go.gov.br
  • Disque-Denúncia 197

A Operação Máscara Digital segue em curso e novas medidas judiciais não estão descartadas.

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Marcus

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