Vídeo mostra cachorro sendo arrastado por carro na GO‑154 entre Taquaral de Goiás e Itaguari
Imagens divulgadas nesta quarta-feira (25) mostraram o animal amarrado por corda sendo arrastado pela rodovia. Polícia Civil identificou o motorista e investiga o caso de maus-tratos.
Um vídeo gravado por um motorista anônimo na tarde de terça-feira (24), na GO-154, entre os municípios de Taquaral de Goiás e Itaguari, capturou uma cena perturbadora: um cachorro sendo arrastado por um carro em movimento, preso por uma corda amarrada ao pescoço. O flagrante provocou forte comoção pública e gerou revolta nas redes sociais. A Polícia Civil de Goiás já identificou o condutor do veículo e conduz investigação preliminar por maus-tratos a animal, crime previsto na legislação brasileira.
As imagens e o silêncio do medo
O vídeo, gravado por um motorista que seguia atrás do veículo, mostra o cão sendo brutalmente puxado pelo asfalto. Apesar da nitidez da imagem, não é possível determinar se o animal ainda estava vivo no momento do registro. O autor da gravação, que pediu anonimato por questões de segurança, relatou à imprensa que teve receio de intervir.
“Eu estava sozinho, o vidro do outro carro era escuro e não sabia quem estava ali. Tive medo de parar ou buzinar. Apenas ultrapassei e tentei ver o condutor, mas não consegui”, disse o homem, que afirmou ter encaminhado o vídeo imediatamente a um policial militar da região.
A gravação foi feita no trecho da rodovia GO-154 sentido Uruana, uma via estadual frequentemente utilizada por moradores de cidades do centro-norte goiano. A identidade do motorista do veículo envolvido não foi divulgada pelas autoridades até o momento.
Investigação em curso: condutor foi identificado
A Polícia Civil confirmou que o caso foi oficialmente registrado na Delegacia de Polícia de Taquaral de Goiás. Em nota, a corporação informou que o condutor do veículo já foi identificado e ouvido pelas autoridades. A investigação está em curso e deve apurar as motivações, as condições em que o fato ocorreu e a situação do animal após o registro.
A apuração está fundamentada na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), que considera crime submeter animal a sofrimento ou crueldade. Desde 2020, com a entrada em vigor da Lei 14.064, as penalidades foram ampliadas para até cinco anos de reclusão nos casos que resultem em lesão grave ou morte de cães e gatos, além de multa e proibição de guarda.
Comoção e apelo por justiça: sociedade se mobiliza
O caso reacendeu debates sobre violência contra animais em áreas rurais e rodovias, locais onde a fiscalização é mais escassa. Organizações de proteção animal como a ONG Arca Goiás e o coletivo Animais Têm Voz repudiaram o episódio e cobraram providências enérgicas do poder público.
“Esse tipo de crueldade, infelizmente, não é isolado. A diferença agora é que foi registrado. O mínimo que se espera é punição exemplar”, afirmou Luísa Vieira, coordenadora da Arca.
O caso se soma a uma série de registros de maus-tratos no interior de Goiás que vêm à tona graças ao engajamento de cidadãos e à popularização das redes sociais como ferramentas de denúncia.
Cultura de impunidade e o desafio da fiscalização
Apesar dos avanços na legislação, ativistas denunciam que a aplicação da lei ainda é limitada. Em muitas cidades pequenas, como Taquaral e Itaguari, não há delegacias especializadas em crimes ambientais, e os casos costumam tramitar com lentidão. Além disso, a ausência de unidades da Vigilância Ambiental ou de abrigos dificulta o socorro aos animais vítimas de abuso.
Segundo levantamento do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, apenas 14% dos municípios brasileiros possuem políticas públicas específicas para proteção de animais domésticos.
Denunciar é um dever coletivo
A Polícia Civil reforça que qualquer pessoa pode registrar denúncias anônimas pelo Disque 197, pelo aplicativo Goiás Seguro ou diretamente nas delegacias da região. Denunciar maus-tratos é uma forma de quebrar o ciclo de violência e garantir que crimes como esse não fiquem impunes.
Próximos passos
A polícia aguarda a conclusão dos laudos complementares e oitiva de possíveis testemunhas. O caso pode resultar em indiciamento formal e posterior encaminhamento ao Ministério Público de Goiás, que decidirá sobre eventual denúncia criminal. Ainda não se sabe o paradeiro ou estado do animal.
Enquanto isso, a sociedade civil aguarda não apenas uma resposta exemplar da Justiça, mas o fortalecimento das estruturas de proteção animal em todo o estado.
Se você presenciar maus-tratos a animais, denuncie. O silêncio é cúmplice da crueldade.
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