“Veritas Pecuniae: Megaoperação nacional desmantela rede de fraudes e lavagem de dinheiro em nove estados”
Ação integrada da Polícia Civil de SC e mais oito estados, com apoio do MJSP, mira sofisticado esquema de fraudes e lavagem de capitais. Grupo atuava com ramificações interestaduais e movimentava milhões em ativos ilícitos.

Uma das maiores operações conjuntas contra fraudes financeiras e lavagem de dinheiro do ano foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (5) sob o nome Veritas Pecuniae — expressão em latim que significa “A Verdade do Dinheiro”. A força-tarefa, coordenada pela Polícia Civil de Santa Catarina, cumpriu 31 mandados judiciais em nove estados brasileiros, entre eles Goiás, São Paulo e o Distrito Federal. A operação contou com o apoio estratégico do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e de outras oito Polícias Civis, reforçando o compromisso de enfraquecer as engrenagens financeiras do crime organizado.
Uma teia nacional de estelionato e lavagem
De acordo com a investigação conduzida pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil de SC, o grupo criminoso atuava de forma articulada em diversas regiões do país, aplicando golpes financeiros que lesavam empresas, instituições e até entes públicos. Os valores desviados eram sistematicamente lavados por meio de empresas de fachada, laranjas e transações dissimuladas que dificultavam o rastreamento dos recursos.
A atuação da organização incluía a falsificação de documentos, criação de contas bancárias com identidades fraudulentas e a simulação de operações comerciais com o intuito de dar aparência de legalidade ao dinheiro obtido ilicitamente. As investigações indicam que a estrutura operava há pelo menos três anos, movimentando valores milionários.
Goiás e o papel estratégico na operação
A 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil de Goiás, com sede em Goiânia, teve papel fundamental na coleta de provas e na execução de mandados. Segundo apurou a reportagem, parte da logística de lavagem de capitais passava por empresas registradas em Goiás, usadas para circular e camuflar recursos ilícitos.
“O trabalho integrado foi essencial. Conseguimos mapear os fluxos financeiros e identificar os principais operadores do esquema. Foi uma atuação cirúrgica que envolveu meses de cruzamento de dados, escutas autorizadas e apoio da inteligência financeira”, afirmou um delegado goiano envolvido diretamente na operação.
Apoio federal e o Projeto I.M.P.U.L.S.E.
A Operação Veritas Pecuniae teve suporte estratégico do Projeto I.M.P.U.L.S.E. (Iniciativa de Monitoramento e Prevenção de Unidades Ligadas ao Sistema Econômico), iniciativa vinculada ao Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (Enfoc), sob coordenação da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi) da Senasp/MJSP.
Rodney da Silva, diretor da Diopi, destacou que o objetivo central da ação foi atacar diretamente o “coração financeiro” das organizações criminosas. “Não se combate o crime apenas prendendo executores. É preciso neutralizar a capacidade econômica das quadrilhas. O que estamos fazendo é cortar o oxigênio financeiro dessas estruturas”, afirmou.
Mandados e próximas etapas
Os mandados cumpridos incluem buscas, apreensões e prisões temporárias em nove unidades da federação: Santa Catarina, Goiás, São Paulo, Paraná, Tocantins, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará. Computadores, celulares, documentos contábeis e mídias foram apreendidos e passam agora por perícia.
Os investigadores trabalham com a expectativa de novas fases da operação, inclusive com possibilidade de cooperação internacional, uma vez que há indícios de que parte dos recursos lavados foi remetida ao exterior.
Conclusão: integração e inteligência como pilares do combate ao crime
A Operação Veritas Pecuniae marca um avanço significativo na repressão a crimes financeiros de alta complexidade no Brasil. Ela evidencia a força da atuação conjunta entre as esferas estadual e federal, aliando inteligência policial, tecnologia e cooperação para enfraquecer o crime em sua forma mais sofisticada: o domínio do capital.
A Polícia Civil de SC promete divulgar, nos próximos dias, novos detalhes sobre os principais alvos e o volume financeiro desviado. A operação segue em curso.
Com informações da Polícia Civil de SC, Senasp/MJSP e Polícia Civil de Goiás.
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