Tragédia na BR-414: motociclista morre após colisão frontal em rodovia entre Corumbá e Cocalzinho de Goiás
Alex Alves de Castro, de 36 anos, pai de três filhas e apaixonado por motociclismo, foi arremessado após bater de frente com carro de passeio.
O que seria apenas mais um dia comum para quem circulava pela BR-414, uma das rotas mais movimentadas entre o Entorno do Distrito Federal e o interior de Goiás, transformou-se em luto e consternação. O motociclista Alex Alves de Castro, de 36 anos, morreu após um grave acidente ocorrido na tarde desta quarta-feira (18), em um trecho da rodovia federal que liga o Salto de Corumbá à cidade de Cocalzinho de Goiás.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alex seguia no sentido Cocalzinho pilotando uma motocicleta de alta cilindrada (1000cc), quando, por motivos ainda desconhecidos, colidiu frontalmente com um carro de passeio que trafegava no sentido oposto. O impacto foi violento. Segundo testemunhas ouvidas no local, a motocicleta foi praticamente destruída, e Alex, que não resistiu aos ferimentos, foi lançado ao solo a vários metros de distância.
As equipes de resgate da Ecovias do Araguaia, concessionária responsável pela gestão do trecho, foram acionadas rapidamente, mas ao chegarem constataram que a vítima já estava sem vida. Alex era morador do bairro Flor do Cerrado, em Anápolis, e, segundo amigos próximos, costumava percorrer estradas da região com frequência, especialmente aos finais de semana.
Quatro pessoas no carro envolvido no acidente
No veículo envolvido no acidente estavam quatro pessoas. O motorista saiu ileso, e os três passageiros foram levados a um hospital regional por precaução, sem ferimentos graves. A PRF instaurou um procedimento para investigar as causas da colisão, incluindo possíveis hipóteses de ultrapassagem indevida, excesso de velocidade ou perda de controle.
Segundo o inspetor João Marcelo, da PRF em Anápolis, testemunhos e imagens de câmeras da rodovia estão sendo coletados para esclarecer a dinâmica do acidente.
“A colisão ocorreu em um trecho com sinalização, mas em área de pista simples. Ainda não há conclusão sobre quem teria invadido a contramão. Testemunhas e a perícia vão ajudar a esclarecer o que realmente aconteceu”, disse o policial.
Pai de três meninas e enlutado pela perda da mãe
O falecimento de Alex causou comoção nas redes sociais. Ele era conhecido por seu amor pelas motocicletas, frequentemente compartilhando vídeos e imagens de passeios, encontros e manobras com amigos do motociclismo. Há cerca de três meses, ele havia perdido a mãe, conforme relataram amigos e familiares.
Em uma publicação emocionante, sua companheira escreveu:
“Você deixou um vazio tão grande no meu peito. Eu te amo tanto.”
Alex deixa três filhas, todas meninas, e era descrito como um pai dedicado e um homem trabalhador, apesar de não ter sua profissão oficialmente confirmada pelas autoridades até o momento.
Rodovia BR-414: perigosa e letal?
A BR-414, que liga Anápolis a Niquelândia, tem ganhado notoriedade pelos altos índices de acidentes graves, especialmente nos trechos entre Corumbá de Goiás e Cocalzinho, caracterizados por curvas acentuadas, pista simples e grande fluxo de veículos de passeio e cargas. Moradores da região cobram melhorias e redutores de velocidade há anos.
Segundo dados da própria Ecovias do Araguaia, somente nos primeiros cinco meses de 2025, mais de 40 acidentes já foram registrados no trecho, com 13 mortes confirmadas. A concessionária afirma que tem realizado ações educativas e reforçado a sinalização, mas reconhece que a imprudência humana continua sendo o maior fator de risco.
Luto e comoção
Na tarde desta quinta-feira (19), amigos e familiares de Alex se reuniram em Anápolis para um velório silencioso e marcado por comoção. Um grupo de motociclistas do qual ele fazia parte, identificado informalmente como “Irmãos da Estrada”, prestou uma última homenagem, escoltando o corpo até o cemitério local.
O corpo de Alex Alves de Castro foi sepultado sob forte comoção no Cemitério Parque dos Buritis, em Anápolis, com a presença de dezenas de amigos, familiares e motociclistas de toda a região.
A tragédia que tirou a vida de Alex expõe, mais uma vez, a vulnerabilidade dos motociclistas nas estradas brasileiras, especialmente em trechos mal estruturados e com alto índice de risco. A dor da perda ecoa não apenas entre seus entes queridos, mas também entre tantos que, diariamente, enfrentam o asfalto sem a garantia de um retorno seguro para casa.
As investigações seguem em andamento na Delegacia de Corumbá de Goiás. Familiares aguardam o resultado da perícia para entender exatamente o que tirou a vida de um pai, filho e amigo que agora se tornou mais uma estatística trágica da BR-414.
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