Serviços de fiscalização de trânsito em Goiânia são suspensos por consórcio alegando falta de pagamento pelo município
Contrato interrompido: empresa que opera radares e o CCO aponta inadimplência da prefeitura; gestão municipal afirma que pagamento será regularizado em breve

O consórcio Anhanguera Segurança — responsável pela operação de parte dos radares eletrônicos e pelo controle do Centro de Controle Operacional (CCO) em Goiânia — informou que suspenderá a prestação de serviços a partir das 18h desta sexta-feira (28). A medida, segundo a empresa, decorre da “inviabilidade econômica gerada pela inadimplência acumulada” da Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET).
De acordo com o consórcio, estão pendentes pagamentos referentes a serviços prestados entre junho e outubro: cerca de R$ 7,9 milhões para o Anhanguera e R$ 3,5 milhões para o outro consórcio envolvido no sistema, o Consórcio Fiscaliza Gyn. A empresa alega que, amparada pelo Artigo 137 da lei de licitações (Lei nº 14.133/2021), tomou a decisão de interromper os serviços.
Em nota, o consórcio afirmou que a retomada das operações estará condicionada à quitação integral dos débitos.
Versão oficial: prefeitura promete pagamento e sustenta que fiscalização eletrônica não será afetada
A SET, por sua vez, declarou que o pagamento pelos meses atrasados já está programado para a próxima semana. Segundo a pasta, não haverá impacto na fiscalização eletrônica da capital. Já o Consórcio Fiscaliza Gyn disse que não há, até o momento, intenção de suspender seus serviços, uma vez que confia na regularização das pendências.
Histórico recente de interrupções reforça incertezas na fiscalização
A suspensão de agora não é o primeiro episódio de instabilidade no sistema de radares de Goiânia. Em 2024, a fiscalização eletrônica foi totalmente desativada por meses, após rompimento de contrato por falta de pagamento.
Em março de 2025, foi lançada uma nova licitação, dividida em três lotes: região sul, região norte e a implantação do novo CCO. O lote de operação do CCO é justamente de responsabilidade do consórcio Anhanguera. Naquele processo, a instalação de centenas de radares e câmeras foi anunciada como forma de ampliar a fiscalização, melhorar o trânsito e aumentar a segurança viária.
Recentemente, a fiscalização voltou a aplicar multas: entre abril e julho de 2025, foram registradas cerca de 102 mil autuações, média de mais de 25 mil por mês — volume similar ao verificado antes da desativação em 2024.
Consequências potenciais para a mobilidade e confiança institucional
A suspensão dos serviços eleva riscos à segurança viária e contribui para a sensação de impunidade no trânsito. A ausência de fiscalização pode incentivar comportamentos de risco, reduzir a eficiência na detecção de infrações e prejudicar políticas de mobilidade urbana.
Para os condutores, a interrupção traz incertezas sobre a validade, continuidade e confiabilidade do sistema de monitoramento — especialmente se radares e CCO permanecerem inativos por tempo prolongado.
Do ponto de vista institucional, o episódio evidencia fragilidades na gestão dos contratos públicos e na capacidade do município de honrar compromissos essenciais, o que pode minar a confiança da sociedade e de prestadores de serviço.
O que deve ser observado nos próximos dias
O Desfecho dependerá da rapidez com que a prefeitura quitar as pendências. Se o pagamento for efetuado prontamente, é possível que a fiscalização seja retomada rapidamente. Caso contrário, a paralisação poderá se prolongar, agravando os problemas de fiscalização e segurança no trânsito.
Além disso, será importante acompanhar eventuais ações parlamentares ou auditorias — no âmbito da Câmara Municipal ou do controle externo — que busquem investigar responsabilidades, esclarecer prazos, valores e motivos da inadimplência.
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