21 de novembro de 2024
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Indivíduos que possuem mais de 40 anos, do sexo feminino e fumantes têm maior probabilidade de desenvolver a síndrome pós-Covid, também conhecida como Covid longa.

De acordo com um estudo longitudinal desenvolvido pela Fiocruz Minas, metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas que podem durar mais de um ano. O estudo acompanhou 646 pacientes por 14 meses após a infecção aguda e descobriu que 50,2% deles tiveram sintomas pós-infecção, caracterizando a Covid longa. Fadiga foi a queixa mais comum relatada por 35,6% dos pacientes, seguida por tosse persistente (34,0%), dificuldade para respirar (26,5%), perda de olfato ou paladar (20,1%) e dores de cabeça frequentes (17,3%). Transtornos mentais como insônia, ansiedade e tontura também foram mencionados. O estudo mostrou que as sequelas ocorrem em todas as formas da doença, grave, moderada e leve. A presença de comorbidades aumentou a chance de ocorrência de sequelas e algumas pessoas ainda apresentam sintomas após os 14 meses de acompanhamento.

Participantes

Durante um período de um ano, entre abril de 2020 e março de 2021, pacientes com diagnóstico positivo para Covid-19 foram acompanhados em dois hospitais de referência em Belo Horizonte: Hospital da Baleia e Hospital Metropolitano Dr. Célio de Castro. Todos os 646 pacientes, com idades entre 18 e 91 anos e com uma proporção de 53,9% do sexo feminino, foram testados por RT-qPCR. Durante um período de 14 meses após o diagnóstico confirmatório, entre março de 2020 e novembro de 2021, os pacientes foram entrevistados mensalmente, pessoalmente ou por meio de uma plataforma virtual, para monitorar seus sintomas e sequelas remanescentes. Apenas cinco dos pacientes acompanhados haviam sido vacinados, dos quais três apresentaram Covid longa.

Segundo Rafaella Fortini, a pesquisadora responsável pelo estudo, as informações obtidas fornecem uma melhor compreensão dos efeitos de longo prazo da Covid-19. É uma doença complexa que pode afetar vários órgãos, e ter informações é crucial para o tratamento adequado. Ainda há muito a ser aprendido sobre a Covid longa, incluindo por que ela ocorre e como age no organismo. As respostas a essas perguntas nos permitirão entender a fisiopatologia da Covid longa e lidar com as sequelas de maneira mais eficaz.

A pesquisadora enfatiza a importância de procurar ajuda médica para o tratamento da Covid longa, não apenas para sequelas graves, como a trombose, mas também para outras questões que podem afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas.