12 de novembro de 2024
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Novas espécies de cogumelo e bolor foram descobertas por pesquisadores da UEG.

Recentemente, duas novas espécies de fungos foram descobertas pela equipe do FungiLab, o Laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica, localizado no Campus Central da Universidade Estadual de Goiás em Anápolis. Uma das espécies é um cogumelo e a outra é um bolor, ambas encontradas no cerrado. A pesquisa foi conduzida pelos estudantes Lucas Leonardo da Silva e Antônio Sérgio Ferreira de Sá, como parte de seus projetos de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac|UEG), sob a orientação da professora doutora Solange Xavier dos Santos.

Os pesquisadores da UEG encontraram recentemente uma nova espécie de cogumelo em uma área de mata da Floresta Nacional de Silvânia, localizada na região centro-sul de Goiás. O cogumelo foi batizado de Furtadomyces sumptuosus, devido às suas características robustas e suntuosas, que o diferenciam dos cogumelos tradicionais. A Floresta Nacional de Silvânia é uma unidade de conservação que apresenta diversas fisionomias vegetacionais típicas do cerrado.

Na região centro-sul de Goiás, o FungiLab da UEG encontrou duas novas espécies de fungos: um cogumelo chamado Furtadomyces sumptuosus, encontrado na Floresta Nacional de Silvânia, e um bolor, chamado Preussia bezerrensis, encontrado na Lapa do Bezerra, caverna do Parque Estadual Terra Ronca. Os pesquisadores deram o nome às espécies com base em suas características distintivas e raridade de descoberta. A validação das espécies como novas para a ciência foi possível após estudos minuciosos, incluindo análise microscópica de suas estruturas e material genético, publicados nas revistas científicas internacionais Mycological Progress e Persoonia.

Os pesquisadores

Lucas Leonardo da Silva, depois de terminar o doutorado, aplicou-se para uma bolsa de pós-doutorado no mesmo laboratório, cuja pesquisa está focada nos fungos orelhas-de-pau do cerrado que crescem quase sempre sobre madeira, são grandes e facilmente visíveis. Ele destaca que esses fungos merecem destaque porque são capazes de degradar e utilizar como alimento a madeira, um substrato de grande resistência, e também são capazes de decompor uma infinidade de poluentes e promover a ciclagem de nutrientes, equilibrando assim os ecossistemas.

Antônio Sérgio Ferreira de Sá, por sua vez, está estudando os fungos que ocorrem em cavernas do cerrado. Esses fungos são microscópicos e só podem ser vistos com o auxílio de microscópios ou quando estão aglomerados, formando colônias. Ele explica que entre esses fungos de ambientes cavernícolas, algumas espécies oferecem risco à saúde, como as que vivem associadas a fezes de morcegos e podem causar infecções pulmonares graves se inaladas por pessoas que visitam essas cavernas. Antônio Sérgio estudou a ocorrência desses fungos nas cavernas do parque e o risco de visitação turística nessas áreas. Ele esclarece que nem todas as espécies de fungos encontradas nesses ambientes são prejudiciais e que suas características fazem deles candidatos ideais para serem explorados em propostas de aplicação biotecnológica, como a despoluição de ambientes poluídos por substâncias de difícil degradação.

Próximos passos

Segundo a professora Solange Xavier, responsável pela orientação das pesquisas no FungiLab, os próximos passos do estudo se concentram na prospecção das novas espécies de fungos para investigar as substâncias que produzem e seu potencial de aplicação em diversas áreas, incluindo moléculas ainda desconhecidas. Ela destaca que esses fungos estão sendo domesticados, ou seja, cultivados em meios de cultura no laboratório, para permitir o estudo de seu potencial biotecnológico.

A professora Solange Xavier dos Santos lidera o FungiLab, um laboratório de Micologia Básica, Aplicada e Divulgação Científica, que se dedica à pesquisa de diferentes grupos de fungos, especialmente no cerrado. Essas pesquisas têm o objetivo de preencher lacunas no conhecimento da biodiversidade da região e explorar seu potencial econômico. Além disso, o laboratório busca promover a popularização da ciência micológica por meio de diversas estratégias de divulgação científica.

Conheça mais sobre o Fungilab em https://micologiaueg.wixsite.com/fungilab e @fungilab_ueg.