Ônibus movido a biometano começa a operar em Goiânia no BRT Leste-Oeste, marcando a transição para transporte mais sustentável
Primeiro ônibus da frota com tecnologia ambiental inicia fase de testes e promete revolucionar o transporte público na capital goiana e Região Metropolitana

A partir desta quinta-feira, 13 de março, Goiânia dá um grande passo em direção à sustentabilidade no transporte público. O primeiro ônibus movido a biometano começará a circular no sistema BRT Leste-Oeste, realizando um percurso entre os terminais Novo Mundo e Praça da Bíblia pela manhã, e entre os terminais Novo Mundo e Senador Canedo no período da tarde. Esta é a primeira etapa de uma fase de testes que durará aproximadamente quatro meses e visa adaptar o novo modelo às características das rotas da capital e da Região Metropolitana.
Detalhes do ônibus e fase de testes
Com capacidade de armazenamento de 195 metros cúbicos de biometano, o ônibus possui uma autonomia de 295 quilômetros, o que permite a realização de até oito viagens por dia. Durante a fase de testes, será possível realizar ajustes técnicos necessários para garantir a eficiência do veículo, além de avaliar sua performance nas vias da cidade e do Entorno de Goiânia.
A novidade inclui uma estação provisória de abastecimento de biometano, instalada na área de estocagem do Terminal Novo Mundo, que garantirá o funcionamento contínuo do veículo durante os testes.
Projeção de ampliação da frota e compromisso com a sustentabilidade
O secretário-geral de Governo, Adriano da Rocha Lima, anunciou que este ônibus será o primeiro de uma série de 500 veículos movidos a biometano que irão integrar a frota do transporte coletivo de Goiânia até o final de 2026. A ação faz parte do projeto Nova Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (Nova RMTC), que visa a renovação total da frota do BRT, com a inclusão de ônibus modernos, equipados com ar-condicionado, e a compra de mais 300 veículos.
Além da aquisição de novos veículos, o projeto também inclui a reforma dos terminais e estações do BRT Leste-Oeste, a entrega do BRT Norte-Sul e a revitalização dos pontos de ônibus. Para o governo, a sustentabilidade é a principal prioridade nesse processo de renovação. Adriano destacou que o objetivo é reduzir significativamente a emissão de gases poluentes na atmosfera, por meio de um modelo de transporte que priorize a transição energética.
“Estamos adotando três tecnologias diferentes: o ônibus a diesel padrão Euro 6, que emite menos poluentes, o ônibus elétrico, e o ônibus a biometano, que é o mais sustentável entre essas opções”, afirmou o secretário.
Biometano: Energia renovável e sustentável
O biometano é um combustível proveniente da purificação do biogás, um gás gerado pela decomposição de matéria orgânica. Em Goiás, onde o estado é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do Brasil, a produção local de biometano tem grande potencial. A utilização de resíduos orgânicos como esterco, restos agrícolas, lodo de esgoto e lixo orgânico para gerar energia renovável por meio de biodigestores é uma alternativa que promete revolucionar a matriz energética e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
O processo de produção do biometano é altamente benéfico, não apenas por ser 100% renovável, mas também por reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2), além de minimizar o impacto ambiental. A adoção dessa tecnologia no transporte público é um passo importante para a redução da poluição nas cidades, com a transformação dos resíduos que antes seriam descartados em fontes de energia limpa.
Investimentos e subsídios para a melhoria do transporte coletivo
Os investimentos no novo modelo de transporte coletivo em Goiânia são viabilizados por meio de subsídios à tarifa, o que mantém o valor da passagem a R$ 4,30 desde 2019. O Governo de Goiás, em parceria com as prefeituras de Goiânia e das cidades vizinhas da Região Metropolitana, arca com os custos dessa modernização. A iniciativa também conta com a colaboração do Consórcio BRT, formado pelas concessionárias responsáveis pela operação do sistema.
A introdução do ônibus a biometano é um marco significativo para Goiânia e a Região Metropolitana, não apenas pela inovação tecnológica, mas também pela contribuição para a preservação ambiental e a qualidade do transporte público.