21 de novembro de 2024
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Médicos da Santa Casa de Goiânia paralisam atendimentos por 24 horas devido a atrasos em repasses financeiros

Sindicato alega falta de pagamento de R$ 540 mil, enquanto SMS nega débito. Pacientes sofrem com suspensão dos serviços, e situação expõe crise financeira na saúde pública.
Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (Fábio Lima/O Popular)

Nesta quinta-feira (10), cerca de 100 médicos da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia decidiram paralisar os atendimentos por 24 horas, alegando o atraso no repasse de recursos por parte da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. Segundo o Sindicato dos Médicos do Estado de Goiás (Simego), os valores devidos, referentes aos meses de julho, agosto e setembro, totalizam cerca de R$ 540 mil.

A Santa Casa, um dos hospitais mais tradicionais e importantes da capital goiana, enfrenta desafios financeiros recorrentes, e a paralisação expôs ainda mais as dificuldades vividas pela instituição. Segundo a direção do hospital, a interrupção dos serviços foi uma medida extrema tomada após várias tentativas frustradas de negociar os repasses com a SMS.

Crise e impasse: SMS nega atrasos

Apesar da gravidade da situação, a Secretaria Municipal de Saúde negou qualquer tipo de atraso nos pagamentos, afirmando que os repasses estão em dia e que não há pendências financeiras com a Santa Casa. Em nota, a SMS declarou: “Todos os compromissos estão sendo honrados conforme previsto, não havendo dívidas referentes aos meses mencionados.”

A negativa da Secretaria intensificou o embate entre os médicos e a gestão pública, que agora buscam uma solução para a retomada dos serviços e a regularização dos atendimentos. O Simego ressaltou que, embora a paralisação tenha prazo inicial de 24 horas, se os repasses não forem feitos, a categoria pode prolongar o movimento.

Impacto nos atendimentos e reação dos pacientes

A paralisação afetou diretamente a rotina de atendimento da Santa Casa, especialmente em áreas críticas, como a emergência e os serviços de internação, deixando muitos pacientes sem atendimento ou com procedimentos adiados. Adriana Marques, que acompanhava seu pai em um tratamento de cardiologia, relatou a frustração com a situação: “Chegamos cedo para a consulta, mas fomos informados que todos os atendimentos foram suspensos. Agora não sabemos quando ele será visto novamente.”

A suspensão também afeta cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais, aumentando a angústia de pacientes que já aguardam meses para procedimentos médicos. Em uma tentativa de amenizar os impactos, a Santa Casa informou que manteria o atendimento apenas nos casos de urgência e emergência, como determinam os protocolos de paralisação.

Desafios financeiros e gestão da saúde pública

A crise na Santa Casa de Misericórdia de Goiânia reflete um problema mais amplo enfrentado por diversas instituições de saúde pública em todo o país. Hospitais filantrópicos e de grande porte, como a Santa Casa, dependem fortemente de repasses governamentais para a manutenção de suas atividades. No entanto, o fluxo de recursos nem sempre acompanha as demandas crescentes do sistema de saúde.

A situação da Santa Casa em Goiânia é particularmente preocupante, dado seu papel fundamental no atendimento de grande parte da população da capital e de cidades vizinhas. Além disso, a paralisação de médicos traz à tona questões sobre a sustentabilidade financeira dessas instituições e a necessidade de repensar a estrutura de repasses públicos.

Próximos passos e negociações

O Simego afirmou que uma nova reunião com representantes da SMS e da direção da Santa Casa está agendada para o final desta semana, na tentativa de resolver o impasse e garantir a retomada dos serviços. Enquanto isso, a população que depende do atendimento da Santa Casa aguarda uma solução rápida para que os médicos possam voltar a prestar seus serviços essenciais.

A paralisação de 24 horas é vista como um alerta para as autoridades, que devem lidar com a crise antes que ela se intensifique e cause danos irreparáveis ao sistema de saúde local.


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