9 de julho de 2025
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Jovem de 20 anos luta pela vida enquanto aguarda vaga na UTI após complicações pós-parto

Família denuncia descaso e relata angústia diante de demora no atendimento adequado. Hospital afirma que cuidados estão sendo prestados, mas alta demanda na UTI dificulta internação.
Emily Thaisy Rodrigues grávida (à esq.) e à espera de uma vaga em UTI (à dir.) (Arquivo Pessoal/Gisele Saturnino)

Emily Thaisy Rodrigues, 20 anos, vive um drama em busca de tratamento adequado após complicações graves ocorridas uma semana após dar à luz. A jovem, operadora de caixa, deu entrada no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia, no último domingo (12), com uma infecção bacteriana diagnosticada após o parto, mas permanece no corredor da unidade à espera de uma vaga na UTI.

A mãe de Emily, Gisele Rodrigues Saturnino, denuncia a precariedade no atendimento e teme pela vida da filha, que está em estado crítico. “Minha filha está muito inchada, com febre alta, pressão elevada e precisando de oxigênio. Ela quase teve um infarto. Quanto tempo mais ela pode esperar?”, questiona, emocionada.


Internação tardia e complicações graves

Após dar à luz no dia 7 de janeiro, Emily teve alta, mas começou a se sentir mal dias depois. No domingo (12), ela foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi orientada a procurar a maternidade onde havia dado à luz. Segundo Gisele, a jovem foi atendida, mas não internada, e recebeu a recomendação de realizar um ultrassom.

No dia seguinte, o exame apontou a presença de uma infecção bacteriana. Emily foi novamente encaminhada ao hospital, mas, devido à falta de vagas, foi mantida em observação sem acesso à UTI.

Na terça-feira (14), seu quadro piorou. Emily sofreu uma convulsão, dificuldade respiratória e inchaço extremo. Ela foi transferida ao Hemu durante a madrugada, mas, ao chegar, foi informada de que ainda não havia leitos disponíveis na UTI.


Hospital se manifesta e aponta desafios estruturais

Em nota, o Hospital Estadual da Mulher afirmou que Emily está recebendo os cuidados necessários enquanto aguarda a liberação de uma vaga na UTI. A unidade reconheceu a alta demanda por leitos intensivos, característica do perfil do hospital. Segundo a administração, a vaga foi liberada na manhã desta quarta-feira (15).

Apesar da resposta oficial, a família de Emily questiona a demora no encaminhamento e o impacto emocional da situação. “Cada minuto é crucial. Não queremos perder mais tempo, queremos salvar minha filha”, desabafou Gisele.


Sistema de saúde em colapso?

O caso de Emily reflete um problema estrutural enfrentado por unidades de saúde em todo o país: a escassez de leitos de UTI e a alta demanda em períodos críticos. De acordo com especialistas, infecções pós-parto podem evoluir rapidamente para quadros graves, exigindo atendimento imediato e recursos intensivos.

Robledo Mendonça, coordenador da Defesa Civil em Goiânia, destaca a importância de maior investimento na saúde pública. “Casos como este escancaram a necessidade de ampliação de leitos e maior suporte às emergências, principalmente em hospitais especializados.”


Prevenção e suporte

Complicações pós-parto, como as enfrentadas por Emily, podem ser prevenidas com acompanhamento médico adequado e diagnóstico precoce. Contudo, a demora no acesso ao tratamento agrava o risco de sequelas permanentes ou até mesmo de morte.

Para Gisele, a luta não é apenas pela filha, mas por todas as mulheres que enfrentam situações semelhantes. “Minha filha precisa de cuidados agora, mas quantas outras Emilys estão passando por isso? É revoltante”, conclui.


Caminhos para solução

Enquanto Emily aguarda o atendimento adequado, a família faz um apelo por mais agilidade e reforço na infraestrutura hospitalar. A sociedade civil também questiona a qualidade do atendimento e cobra medidas efetivas para evitar que novas vidas sejam colocadas em risco.

Em casos de emergência médica, a recomendação é acionar as autoridades competentes imediatamente. A saúde não pode esperar.

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