Goiás encara o Remo em duelo decisivo que define o futuro na Série A de 2026

23 de novembro de 202523 de novembro de 2025

Esmeraldino depende apenas de si no Mangueirão, enquanto Remo chega com chances remotas, mas apoiado pelo maior público da Série B; duelo coloca tradição, pressão e caminhos distintos em confronto direto pelo acesso.

Em Belém, o Goiás realizou seu último treino visando o jogo contra o Remo, que acontece neste domingo, às 16h30, no Estádio Mangueirão.

O Goiás Esporte Clube disputa neste domingo (23), no Mangueirão, a partida mais determinante de sua temporada. Em um estádio que promete receber mais de 40 mil torcedores, a equipe esmeraldina enfrenta o Remo, em confronto que pode garantir ao clube goiano o retorno imediato à Série A do Campeonato Brasileiro, após duas temporadas consecutivas na divisão de acesso.

O cenário é claro: uma vitória basta para o Goiás selar o acesso, independentemente dos resultados paralelos. Empate ou derrota, porém, reacendem o risco de permanecer na Série B, impondo ao clube a necessidade de observar as partidas de Criciúma x Cuiabá e Chapecoense x Atlético-GO, que ocorrem no mesmo horário.

Para o Remo, o confronto oferece a possibilidade — ainda que condicionada ao desempenho de terceiros — de voltar à elite nacional após um hiato de 25 anos. Para isso, o time paraense precisa vencer e torcer para que Criciúma não pontue ou para que a Chapecoense não vença.

Goiás chega pressionado, mas em recuperação técnica

A temporada do Goiás oscilou entre a consistência do primeiro turno — o melhor já registrado por um clube goiano na história da Série B — e uma queda acentuada de rendimento na segunda metade do campeonato. A solidez retornou apenas nas últimas rodadas, impulsionada pelas vitórias magras e disciplinadas contra Cuiabá e Novorizontino, ambas por 1 a 0.

A equipe do técnico Fábio Carille encontrou estabilidade defensiva, mesmo em meio a um ataque irregular, e entra na rodada final com a vantagem de depender exclusivamente de sua própria atuação.

Carille deve repetir a escalação que superou o Novorizontino. A única incerteza é Jajá, que deixou o jogo anterior com dores musculares — embora sem lesão identificada. Se for poupado, Pedrinho, Jean Carlos ou Brayann disputam a vaga. Jogadores fora dos planos de 2026 — como Lucas Lovat, Rodrigo Andrade e Arthur Caíke — seguem ausentes. Marcão e Eslí García também não viajam por opção técnica.

Remo aposta na força do Mangueirão e na energia da arquibancada

O Remo, comandado por Guto Ferreira, chega desfalcado: os atacantes uruguaios Diego Hernández e Nico Ferreira, expulsos contra o Avaí, e o meia Pedro Castro, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, não participam da decisão. Ainda assim, o clube terá o apoio da maior média de público presente da Série B — 21.557 torcedores por partida.

O Mangueirão, reformado e com forte presença de torcedores azulinos, prepara mosaico especial para o jogo, reforçando o clima de mobilização local por um acesso improvável, mas matematicamente possível.

Retrospecto histórico: Remo x Goiás

Embora tradicionalíssimos, Remo e Goiás se enfrentaram poucas vezes em contextos de Série B, Copa do Brasil e competições nacionais. A seguir, um retrospecto baseado nos registros oficiais disponíveis:

Confrontos diretos (dados históricos até 2024):

Total de jogos: 14
Vitórias do Goiás: 7
Vitórias do Remo: 3
Empates: 4
Gols marcados (Goiás): 19
Gols marcados (Remo): 12

O histórico mostra leve predominância do Goiás, especialmente em jogos decisivos. No Mangueirão, porém, o Remo tradicionalmente é mais competitivo: das três vitórias azulinas na história, duas foram em Belém.

Cenários de acesso: quem sobe?

Goiás

Sobe com: vitória.
Sobe com empate: se Criciúma perder do Cuiabá ou se a Chapecoense não vencer o Atlético-GO.
Não sobe: com derrota combinada a vitória de qualquer concorrente direto.

Probabilidade estimada (cenário matemático + desempenho recente):
Alta, porque depende apenas de si e enfrenta um Remo desfalcado.

Remo

Sobe com: vitória e derrota do Criciúma ou tropeço da Chapecoense.
Não sobe: com empate ou derrota.

Probabilidade estimada:
Baixa, devido aos desfalques, à necessidade de combinação de resultados e ao adversário motivado.

O que está em jogo

Para o Goiás, o acesso significa reequilibrar o orçamento, resgatar confiança com sua torcida e evitar um ciclo prolongado na Série B, historicamente prejudicial a clubes que alternam protagonismo regional com ambições nacionais.

Para o Remo, a chance de ascender após 25 anos fora da elite representa um marco institucional, capaz de reposicionar o clube no cenário nacional e atrair novos investimentos.

O Mangueirão recebe, assim, um encontro carregado de simbolismo, pressão e consequências diretas para o futuro das duas instituições — um duelo em que o acesso está em disputa, mas também a reafirmação de ciclos, planejamentos e identidades.