14 de fevereiro de 2025
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Filho quebra vidro de UPA em Planaltina de Goiás após esperar 15 horas por ambulância para pai com AVC

Desespero e revolta: Paciente aguardava transferência para cirurgia urgente enquanto a família enfrentava atrasos e falta de apoio médico.
Homem acabou preso pela Polícia Militar. Polícia Militar (PMGO)

A demora no atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Planaltina de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, comprovada em um fato desesperada de Domingos Rodrigues Neto, de 48 anos, que cortou a porta de vidro da unidade após esperar 15 horas por uma ambulância para transferir seu pai, Raimundo Santos Rodrigues, 72 anos, relatado com Acidente Vascular Cerebral (AVC). O paciente necessitou de cirurgia de urgência no Hospital Estadual de Anápolis (HEAPA), a 55 km de Goiânia.

O caso expôs falhas no sistema de saúde pública da região e gerou grande repercussão.


Um drama familiar que virou caso de polícia

Na noite da última quarta-feira (4), Domingos levou seu pai à UPA com sintomas graves de AVC. Após a avaliação inicial, um médico confirmou a necessidade de intervenção cirúrgica urgente e conseguiu uma vaga no HEAPA. Porém, a transferência dependia da chegada de uma ambulância, que não se concretizou nas horas seguintes.

“Concordei com a intubação para agilizar o processo. Mas a ambulância nunca chegou. Foram horas de angústia vendo meu pai em estado crítico”, relatou Domingos. Após 15 horas de espera, ele perdeu o controle, jogou uma cadeira contra a porta de vidro do hospital e acabou ferindo o próprio pé.

A polícia foi acionada pela UPA e prendeu Domingos por danos ao patrimônio. Ele foi liberado após cinco horas de detenção, sem a necessidade de revisar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). Testemunhas dizendo que a atitude dele foi motivada pela revolta diante da inércia do sistema.


Paciente transferido em estado grave

Após uma longa espera, Raimundo foi finalmente transferido para o HEAPA, onde segue em estado grave, mas estável. A equipe médica do hospital informou que o idoso está recebendo cuidados intensivos, mas não divulgou atualizações do quadro clínico até o momento.


Falta de estrutura e respostas

A demora na chegada da ambulância levanta questões sobre a precariedade dos serviços de saúde na região. A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Planaltina de Goiás, que ainda não se manifestou sobre o caso até a publicação desta matéria.

Especialistas em saúde pública destacam que o tempo de resposta em casos de AVC é crucial para evitar sequelas graves ou até mesmo óbito. “Cada minuto conta. O atraso no transporte pode ser fatal em casos como esse”, afirmou o médico neurologista Pedro Almeida.


Indignação popular

O caso gerou repercussão na cidade e nas redes sociais, com moradores expressando solidariedade à família e criticando a gestão da saúde no município. “Essa é a realidade de quem depende do SUS. É revoltante”, comentou uma internauta.

Domingos afirmou que sua ocorrência foi motivada pela necessidade de salvar a vida do pai e pela sensação de impotência diante da negligência. “Não sou um criminoso. Apenas fiz o que consegui para chamar a atenção”, desabafou.


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