Falsas Enfermeiras são Alvo de Operação Após Homem Ficar Impotente com Preenchimento Íntimo
Donas de clínicas clandestinas em Goiânia e Aparecida de Goiânia usaram diplomas falsos para atuar ilegalmente; uma está presa e outra é procurada pela Interpol.

Uma investigação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) revelou um esquema criminoso envolvendo falsas enfermeiras que atuavam ilegalmente em clínicas estéticas, aplicando substâncias proibidas em pacientes e causando complicações graves. Uma das vítimas, um homem que passou por um preenchimento íntimo na região peniana, ficou impotente sexualmente após o procedimento.
A operação, batizada de “Beleza Sem B.O.”, resultou na prisão de Maria Silvânia Ribeiro da Silva, dona da clínica Lunar – Espaço de Estética Corporal, em Aparecida de Goiânia. A outra investigada, Luana Nadejda Jaime, proprietária da Clínica Estética Luana Jaime, em Goiânia, está foragida e é procurada pela Interpol.
Uso de Diplomas Falsos e Registros Fraudulentos
As investigações apontam que Luana e Maria Silvânia falsificaram diplomas de biomedicina e enfermagem para conseguir registros no Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO). A polícia apurou que, mesmo sem formação, ambas obtiveram inscrição no órgão, permitindo-lhes comprar e aplicar substâncias controladas sem qualquer qualificação técnica.
Segundo a delegada Débora Melo, responsável pelo caso, Maria Silvânia chegou a ser autuada e interditada anteriormente, mas continuou oferecendo procedimentos clandestinos por meio das redes sociais. Já Luana fugiu assim que seu registro foi cancelado pelo Coren-GO e, desde então, é procurada internacionalmente.
Complicações e Denúncias Graves
Até o momento, a polícia já identificou pelo menos quatro vítimas de Luana Jaime, incluindo o homem que ficou impotente após o preenchimento peniano. Segundo depoimentos, ele acreditava que receberia um tratamento com botox e ácido hialurônico, mas, na realidade, Luana injetou PMMA (polimetilmetacrilato), uma substância de uso restrito e com alto risco de complicações.
Além desse caso, uma paciente de Maria Silvânia foi internada na UTI e entubada depois de um procedimento estético realizado em sua clínica.
Omissão do Coren-GO e Risco à Saúde Pública
A Polícia Civil questiona como o Conselho Regional de Enfermagem permitiu que as falsas profissionais obtivessem registro sem formação. O órgão informou que está ciente do caso e que tomou medidas cabíveis, mas não explicou como as fraudes passaram despercebidas.
Diante da gravidade do caso, a polícia acredita que há mais vítimas e pede que qualquer pessoa que tenha realizado procedimentos com as investigadas procure a delegacia para registrar denúncia. A divulgação das imagens e dos nomes das suspeitas foi autorizada nos termos da Lei nº 13.869/2019 e da Portaria nº 547/2021 da Polícia Civil.
A investigação continua para identificar possíveis cúmplices e outros envolvidos na fraude que colocou em risco a saúde de dezenas de pacientes.
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