Crise e Transparência: Câmara de Goiânia Aumenta Fiscalização Sobre Aporte de R$ 190 Milhões à Comurg
Presidente da Casa, Romário Policarpo, diz que decisão do TCM reforça a dependência financeira da estatal e exige maior rigor no controle dos gastos públicos.

A Prefeitura de Goiânia formalizou um aporte financeiro de R$ 190 milhões para a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), com o objetivo de reequilibrar as contas da estatal. O repasse, segundo o Executivo, não precisa da aprovação da Câmara Municipal, mas os vereadores prometem intensificar a fiscalização da companhia.
O presidente da Casa, Romário Policarpo (PRD), afirmou nesta terça-feira (11) que a decisão se baseia em um parecer do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO), que considera a Comurg financeiramente dependente da Prefeitura. No entanto, ele destacou que essa classificação exige maior transparência e controle sobre os gastos da estatal.
“Se a Comurg é considerada dependente, ela precisa prestar contas com ainda mais clareza. Isso significa que contratos, despesas, demissões e qualquer movimentação financeira terão que estar no Diário Oficial do Município e serão acompanhadas de perto pela Câmara e pela sociedade”, disse Policarpo.
Aporte Milionário e a Crise na Comurg
A Comurg enfrenta um rombo financeiro significativo. Com um contrato anual de aproximadamente R$ 700 milhões, a companhia tem despesas que ultrapassam R$ 1,3 bilhão. O déficit tem impacto direto na prestação de serviços, na folha de pagamento e na capacidade da empresa de honrar compromissos com fornecedores.
Segundo a Prefeitura, o aporte de R$ 190 milhões será usado para:
✅ Quitação de rescisões trabalhistas e aposentadorias atrasadas
✅ Pagamento de dívidas com fornecedores
✅ Redução da folha salarial com reestruturação interna
✅ Investimentos para melhorar a eficiência operacional
O prefeito Sandro Mabel (UB) garantiu que a recuperação financeira da Comurg seguirá um cronograma rigoroso e que, até outubro de 2025, a estatal deverá sair do vermelho. “A partir de novembro, a previsão é de superávit de R$ 7 milhões, e em dezembro, de R$ 14 milhões. A Comurg será autossustentável, reduzindo custos e melhorando serviços”, afirmou.
Oposição Questiona Modelo de Gestão
Apesar da justificativa apresentada pelo Paço Municipal, o aporte milionário levanta questionamentos na Câmara. Vereadores da oposição cobram maior detalhamento sobre como a gestão pretende evitar novos déficits.
O vereador Mauro Rubem (PT) criticou a falta de um planejamento detalhado para evitar que a estatal volte a depender de repasses emergenciais no futuro. “Não é a primeira vez que a Prefeitura injeta milhões na Comurg. Se não houver um plano sólido para equilibrar as contas, daqui a um ano estaremos discutindo outro aporte”, alertou.
Já a vereadora Aava Santiago (PSDB) reforçou a necessidade de transparência e participação da Câmara no processo: “Se a Comurg depende financeiramente do Executivo, então precisamos acompanhar cada centavo desse dinheiro público.”
E Agora? Os Próximos Passos
Com a oficialização do aporte, a Comurg será obrigada a seguir normas mais rígidas de controle financeiro, sob fiscalização do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e do Tribunal de Contas dos Municípios.
Além disso, os vereadores prometem um acompanhamento rigoroso, incluindo a exigência de relatórios periódicos e auditorias internas para garantir que o dinheiro público seja bem empregado.
Enquanto isso, a população de Goiânia espera que a estatal consiga, de fato, recuperar sua estabilidade e melhorar a qualidade dos serviços essenciais, sem que novos rombos financeiros exijam novos resgates milionários no futuro.
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