Personalizar preferências de consentimento

Usamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como "Necessários" são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para permitir as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são requeridos para habilitar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Esses cookies não armazenam nenhum dado de identificação pessoal.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Nenhum cookie para mostrar

Cookies analíticos são usados ​​para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, fonte de tráfego etc.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de desempenho são usados ​​para entender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Nenhum cookie para mostrar

Os cookies de publicidade são usados ​​para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que você visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Nenhum cookie para mostrar

20 de junho de 2025
NotíciasPolíticaÚltimas

Crédito à Seinfra se torna teste de fogo entre Paço, Câmara e MP-GO em meio a temor jurídico e ameaça velada de represálias

Projeto de R$ 10 milhões para Secretaria de Infraestrutura de Goiânia enfrenta novo impasse após denúncias de possível manobra fiscal, desgaste institucional e temor entre vereadores diante da atuação do Ministério Público; votação pode ser novamente adiada nesta terça (17)
Sessão da última semana na Câmara de Goiânia: clima adverso à proposta adiou votação de crédito do Paço (Diomício Gomes / O Popular)

O projeto que autoriza um crédito adicional de R$ 10 milhões à Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra), enviado pela Prefeitura de Goiânia, volta à pauta da Câmara Municipal nesta terça-feira (17) sob um clima de absoluta tensão, dúvidas jurídicas e desgaste político. A proposta, que já foi adiada por três sessões consecutivas na semana passada, se transformou em um campo de batalha entre o Paço Municipal, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e os vereadores — muitos dos quais consideram a matéria uma potencial “bomba fiscal”.

Nos bastidores do Legislativo, fala-se abertamente sobre novas estratégias para barrar ou adiar a votação. Uma delas seria um requerimento coletivo para retirar o projeto da pauta. O movimento, caso confirmado, ampliaria o impasse entre os Poderes e revelaria a insatisfação crescente com o Executivo, que tem sido acusado por parlamentares de pressionar politicamente os votos da base — inclusive, segundo denúncias, ameaçando segurar o pagamento das emendas impositivas, caso o projeto não seja aprovado.

Risco jurídico e a sombra do MP

O temor central entre os vereadores gira em torno das implicações legais. A promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça, acolheu denúncia formalizada pela vereadora Kátia Maria (PT) e questionou oficialmente o Executivo sobre a real destinação dos recursos, apontando possível burla à legislação fiscal por meio da transferência de verba pública à Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), uma empresa dependente da Prefeitura, mas que, ao mesmo tempo, tem sido mantida artificialmente fora dos balanços contábeis da administração.

A manobra é considerada, por especialistas consultados pela reportagem, como potencial “pedalada fiscal” — o que abriria margem para responsabilizações futuras, tanto administrativas quanto cíveis. Segundo apuração própria, o MP-GO recomendou formalmente à Câmara a suspensão da votação até que todos os esclarecimentos fossem prestados pelo Paço, recomendação essa que não foi acatada até o momento.

Em resposta ao MP e à Câmara, o secretário municipal da Fazenda, Valdivino Oliveira, afirmou que os recursos serão usados para subvenções econômicas em projetos de infraestrutura urbana ligados a empresas públicas em processo de extinção — como a Comdata e a Compav — e que, eventualmente, a Comurg poderia ser incluída na lista, caso seja considerada “empresa dependente”.

A fala causou ainda mais ruído entre os vereadores, pois reforça a suspeita de que a operação é um artifício para injetar recursos na estatal, à margem dos controles contábeis.

Tensão entre poderes e ameaça velada

A temperatura política subiu ainda mais após circular nos grupos internos da Câmara que o prefeito Sandro Mabel (UB) poderia reter o pagamento das emendas parlamentares caso o projeto fosse rejeitado. A reação de alguns vereadores foi imediata e contundente. Em mensagens acessadas pela reportagem, o vereador Willian Veloso (PL) afirmou: “Lei foi feita para ser cumprida.” Já Cabo Senna (PRD) declarou que está “preparado para exercer o papel de legislador e fiscal sobre esse e outros assuntos.”

Como exemplo de possível retaliação institucional, vereadores mencionaram o caso do prefeito de Posse, Helder Bonfim (UB), cassado pela Câmara Municipal local por não pagar emendas impositivas. Embora o gestor tenha sido reconduzido ao cargo em julho deste ano pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), o episódio serve de alerta político sobre os riscos de confronto com o Legislativo.

Procurada, a secretária municipal de Governo, Sabrina Garcez, disse que a Prefeitura prestou todos os esclarecimentos ao MP e não fará pressão política: “O único senão que os vereadores colocam é esse do MP. Não vamos pressionar a base. Vamos aguardar a votação”, afirmou.

Desconfiança e desgaste institucional

O líder do prefeito na Câmara, vereador Igor Franco (MDB), tenta minimizar o impasse. “Já respondemos tudo que o Ministério Público pediu. Comigo sendo líder, não tem jeito de não aprovar”, disse à reportagem. Porém, nos bastidores, até vereadores da base consideram incerto o resultado. A sensação geral é de desconfiança mútua e falta de articulação institucional.

Para analistas políticos ouvidos pela reportagem, o caso se tornou emblemático de uma nova fase na relação entre o Legislativo e o Executivo na capital, marcada por desconfiança, ameaças veladas e o fortalecimento do papel fiscalizador do Ministério Público.

Próximos passos

Caso o projeto não seja aprovado nesta terça-feira, a Prefeitura poderá ter que reformular a proposta ou adotar medidas emergenciais para manter os serviços da Seinfra e, eventualmente, da Comurg. Já os vereadores avaliam recorrer ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) para analisar tecnicamente a legalidade da operação de crédito, antes de se comprometerem com um voto que pode custar-lhes o mandato.

Enquanto isso, o contribuinte de Goiânia assiste, mais uma vez, à paralisação dos debates sobre políticas públicas em nome de disputas que, cada vez mais, parecem afastadas do interesse coletivo.

Tags: #Goiânia #PolíticaMunicipal #CréditoSuplementar #Seinfra #MPGO #SandroMabel #Vereadores #Comurg #Transparência #GestãoPública