Correios anunciam reestruturação ampla com fechamento de mil unidades e adesão de até 15 mil funcionários a PDVs
Plano 2025–2027 projeta economia anual de R$ 4,2 bilhões, aposta em modernização logística, parcerias privadas e venda de ativos para reequilibrar as contas da estatal

Os Correios apresentaram um plano abrangente de reestruturação administrativa e operacional que prevê o fechamento de cerca de 1.000 unidades físicas em todo o país e a adesão de até 15 mil empregados a programas de desligamento voluntário (PDVs). As medidas integram o Plano de Reestruturação 2025–2027, cujo objetivo central é reduzir custos estruturais, recuperar a capacidade de investimento e interromper uma sequência de resultados financeiros negativos acumulados nos últimos anos.
De acordo com a estatal, o conjunto de ações deve gerar uma economia recorrente estimada em R$ 4,2 bilhões por ano. Metade desse valor, cerca de R$ 2,1 bilhões, está associada diretamente à revisão do quadro de pessoal, com reavaliação de cargos, benefícios e reorganização de funções. A outra parcela da economia projetada decorre do encerramento de unidades consideradas deficitárias ou com baixa demanda operacional, sobretudo em regiões onde a empresa avalia haver sobreposição de serviços ou possibilidade de atendimento por meios alternativos.
Paralelamente à redução de despesas, o plano prevê o fortalecimento do caixa por meio de novas fontes de receita. A expectativa é arrecadar aproximadamente R$ 1,7 bilhão com parcerias estratégicas junto ao setor privado, especialmente nas áreas de logística, comércio eletrônico e serviços integrados. Soma-se a isso a previsão de levantar cerca de R$ 1,5 bilhão com a venda de imóveis classificados como não estratégicos, em um esforço de racionalização do patrimônio imobiliário da empresa.
Para sustentar financeiramente a transição, os Correios já contrataram um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a um consórcio formado por cinco instituições financeiras, com garantia do Tesouro Nacional. A operação integra um plano de captação de até R$ 20 bilhões, restando ainda R$ 8 bilhões a serem estruturados, cuja definição de fonte está prevista para 2026. Segundo a direção da estatal, os recursos são considerados essenciais para assegurar liquidez, manter a operação em funcionamento e viabilizar investimentos durante o período de ajustes.
O cronograma indica que os impactos mais significativos da reestruturação devem se consolidar a partir de 2027, quando a empresa projeta um cenário de maior estabilidade operacional e equilíbrio financeiro. Até lá, estão previstas ações de modernização, incluindo automação de centros de tratamento de encomendas, renovação gradual da frota, revisão do modelo organizacional e aprimoramento da eficiência logística, com foco em competitividade no mercado de entregas e encomendas.
A direção dos Correios sustenta que o plano busca preservar a função social da empresa e sua presença nacional, ao mesmo tempo em que adapta a estatal às transformações do setor postal e logístico, marcado pela digitalização, pela expansão do comércio eletrônico e pelo aumento da concorrência privada.
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