25 de abril de 2025
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Caso Priscila Brenda: Acusado de assassinato enfrenta novo júri após sentença anulada

Paulo Vitor Azevedo será julgado novamente em Catalão após decisão judicial que anulou condenação de 18 anos; defesa alega inocência e questiona provas.
Julgamento da adolescente Priscila Brenda morta em 2012 em Catalão é cancelado.

Após mais de uma década do desaparecimento da adolescente Priscila Brenda Pereira Martins da Silva, o principal acusado, Paulo Vitor Azevedo, enfrenta um novo julgamento nesta segunda-feira (17 de março de 2025), em Catalão, no sudoeste de Goiás. A sessão, que começa às 8h30, ocorre após a anulação da condenação anterior, que o sentenciava a 18 anos de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

A decisão de refazer o julgamento foi tomada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) depois que uma das juradas, no primeiro júri, fez postagens nas redes sociais manifestando apoio à família da vítima, comprometendo a imparcialidade do julgamento.

O caso segue cercado de controvérsias, já que o corpo da adolescente nunca foi encontrado, e a defesa do réu questiona a robustez das provas apresentadas pela acusação.

Acusações e defesa: o que se sabe sobre o caso?

Priscila Brenda desapareceu em dezembro de 2012, aos 14 anos, depois de ser vista entrando no carro de Paulo Vitor no distrito de Pires Belo, em Catalão. Desde então, nunca mais foi encontrada.

Na época, as investigações levaram à prisão temporária de Paulo Vitor e de Claudomiro, um amigo dele, em 2014. Ambos foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver. No entanto, no primeiro julgamento, realizado em 2023, Claudomiro foi absolvido, enquanto Paulo Vitor foi condenado.

A defesa do réu, no entanto, sempre negou seu envolvimento no caso, argumentando que:

  • Ele nunca manteve relacionamento amoroso com Priscila Brenda.
  • Não há provas materiais que confirmem o assassinato.
  • O inquérito policial não conseguiu localizar o corpo da vítima, elemento essencial para uma condenação por homicídio.

Além disso, os advogados de Paulo Vitor alegam falhas na condução da investigação e argumentam que não há evidências suficientes para incriminá-lo, o que motivou diversos questionamentos ao longo dos anos.

Adiamentos e nova tentativa de julgamento

O novo júri estava inicialmente marcado para fevereiro de 2025, mas foi adiado após uma das testemunhas passar mal. Com isso, o processo se arrasta há mais de 12 anos, sem que a família da vítima tenha respostas definitivas sobre o destino de Priscila.

A anulação da condenação anterior gerou indignação entre familiares e amigos da adolescente. A mãe de Priscila, que tem sido ativa na busca por justiça, comparecerá ao tribunal vestindo uma camiseta com a foto da filha e a frase “Queremos Justiça” – a mesma que gerou polêmica no julgamento anterior, devido à repercussão na internet.

A defesa de Paulo Vitor segue sustentando que o réu não tem envolvimento com o sumiço da adolescente e que o novo júri pode corrigir um erro da Justiça. Já a acusação reforça que há indícios suficientes para a condenação, mesmo sem a localização do corpo.

Desfecho incerto

O desaparecimento de Priscila Brenda segue sem solução, e o novo júri será determinante para definir o futuro do acusado. O caso levanta um debate mais amplo sobre os desafios da Justiça brasileira em crimes sem corpo, nos quais a condenação depende exclusivamente de indícios e provas indiretas.

Independentemente da decisão, a expectativa é que o julgamento traga um desfecho para a dor e a incerteza que há 12 anos assombram a família de Priscila Brenda.

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