Após 40 dias de atuação, o Gabinete de Crise das UTIs de Goiânia encerra suas atividades
Gabinete de Crise encerra atividades com êxito, garantindo atendimento em UTIs e reduzindo pendências de vaga.
O secretário de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Rasível Santos, apresentou os resultados em reunião que contou com a presença do prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, e representantes dos Tribunais de Contas Municipal (TCM-GO) e do Estado (TCE-GO).
Santos destacou a colaboração entre Estado e município na identificação de problemas e na tomada de decisões estratégicas para aprimorar a gestão administrativa.
“Somamos esforços, criamos uma sinergia com o objetivo de reduzir óbitos e complicações evitáveis. Conseguimos isso: nenhum paciente evoluiu para óbito aguardando vaga de terapia intensiva, nenhum paciente ficou mais de 24 horas aguardando vaga e nenhum caso foi judicializado nesse período em que criamos o gabinete de crise”, ressaltou o secretário.
Para atender à demanda por vagas, a Saúde Estadual disponibilizou 332 internações em leitos de UTI adulto nas unidades próprias e contratualizadas, resultando em uma redução de 79% nas pendências por vagas de terapia intensiva na capital, que permaneceram zeradas nos últimos 12 dias.
As unidades que receberam reforço incluem:
- 20 leitos de UTI adulto no Hospital Ruy Azeredo;
- 16 leitos de UTI no Hospital das Clínicas (10 adultos e 6 pediátricos);
- 40 leitos de UTI (20 adultos, 10 pediátricos e 10 neonatais) e 55 de enfermaria no Hospital Estadual de Águas Lindas.
Além disso, houve esforços para a ampliação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na capital.
Em novembro, o município operava com 3 Unidades de Suporte Avançado (USAs), 6 de Suporte Básico (USBs) e 3 de transporte sanitário (SATs).
Atualmente, são 4 USAs, 11 USBs e 11 ambulâncias de SATs.
Também foi realizado um chamamento parcial para a contratação de novos profissionais de saúde para atender à demanda do Samu e das Unidades de Pronto Atendimento da cidade, além de compras emergenciais de medicamentos e insumos.
O prefeito Sandro Mabel agradeceu a parceria e enfatizou a importância de continuar o trabalho nos próximos anos.
“Além do mais importante, que foi preservar vidas, o que ficou foi esse aprendizado de toda a equipe trabalhar em conjunto. Hoje temos leitos disponíveis, ninguém dorme mais nas UPAs. Conseguimos uma estabilização, mas não podemos parar; por isso, vamos continuar juntos, de mãos dadas em diversos aspectos”, afirmou o prefeito.
Mabel anunciou que o Gabinete de Crise será transformado em um Centro de Operações de Emergência (COE) municipal, responsável por gerenciar a situação diária das unidades de saúde municipais.
O procurador-geral do Ministério Público de Contas do TCM-GO, Henrique Pandim, elogiou o trabalho realizado, destacando a capacidade de superar a crise no sistema de saúde de Goiânia.
“Vemos esse resultado e como a união de pessoas com boa vontade consegue resolver problemas, mesmo tão graves como os da capital”, afirmou Pandim.
A presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems-GO), Patrícia Fleury, expressou esperança de que Goiânia retome seu papel de protagonista no Estado, atendendo a uma demanda expressiva, não só da capital, mas também do interior.
Com o encerramento do Gabinete de Crise, Estado e municípios agora colaboram para a implementação do Samu macrorregional.
A proposta, conforme o secretário Rasível Santos, é iniciar o trabalho unindo os esforços dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgência da Região Metropolitana de Goiânia, visando reduzir o tempo de resposta às demandas de urgência e emergência.
“Isso até termos tempo de elaborar um plano para toda a macrorregião, para que possamos atender a todos os municípios das macrorregiões Centro-Oeste e Centro-Sudeste”, explicou Santos.
O objetivo é seguir o modelo do primeiro consórcio intermunicipal macrorregionalizado para gerenciamento do Samu na macrorregião Centro-Norte de Goiás, já em fase de implementação.
O consórcio, que conta com a participação de 60 municípios, terá uma central de regulação de leitos, um complexo regulador de urgência e um núcleo de educação permanente em urgência, todos únicos para a macrorregião.
Na prática, isso significa a formação de um comitê macrorregional que monitorará toda a rede de urgência e emergência, gerenciando conjuntamente o Samu e garantindo a melhoria do serviço para a população.
“Os Samus municipais não são capazes de dar uma resposta adequada para a região. Muitas vezes, sobrecarregam os municípios polo e não contam com a coparticipação dos outros municípios. Da forma que estamos propondo, com a criação de um Samu macrorregional gerenciado por meio de um consórcio intermunicipal de saúde, haverá cooperação de cada município, por meio de valor per capita, permitindo justiça nesse processo”, concluiu Rasível Santos.
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