Aparecida de Goiânia recebe novos etilômetros e reforça combate à embriaguez ao volante: Lei Seca ganha reforço estratégico do Detran-GO

Com altos índices de infrações por álcool e direção, município intensifica fiscalização com apoio do Detran-GO. Entrega de novos kits marca os 17 anos da Lei Seca e fortalece política estadual de segurança viária.

Em uma ação estratégica que reforça o compromisso do Estado com a segurança viária, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) entregou, nesta segunda-feira (30), três novos kits de etilômetros à Secretaria Municipal de Trânsito de Aparecida de Goiânia (SMTA). A iniciativa marca os 17 anos de vigência da Lei Seca no Brasil e atende a um município que ocupa posição central nas estatísticas de infrações por embriaguez ao volante.

Os equipamentos, entregues em cerimônia que reuniu autoridades estaduais e municipais, serão empregados em fiscalizações rotineiras e em operações especiais da Lei Seca. O objetivo é claro: fortalecer o enfrentamento à combinação de álcool e direção, uma das principais causas de sinistros de trânsito com vítimas fatais.

Números alarmantes exigem resposta coordenada

De acordo com dados do próprio Detran-GO, somente em 2024, 1.147 motoristas foram autuados por dirigir sob efeito de álcool em Aparecida de Goiânia. Em 2025, até 23 de junho, o número já chega a 765 ocorrências. A tendência de alta reforça a urgência de ações preventivas e repressivas mais eficazes.

No cenário estadual, o panorama também é preocupante: em 2024, 7.037 condutores foram flagrados no bafômetro, e 17.140 recusaram-se a realizar o teste, recurso permitido por lei, mas que também gera sanção administrativa. Em 2025, até o dia 24 de junho, já são 3.504 autuações e 8.418 recusas registradas.

Fiscalização como ferramenta de preservação da vida

Para o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir Soares, a entrega dos equipamentos representa mais do que um gesto institucional — trata-se de uma política pública ancorada na valorização da vida e na proteção dos condutores e pedestres.

“A fiscalização é um instrumento decisivo para reduzir a violência no trânsito. O álcool altera os reflexos, prejudica o julgamento e aumenta exponencialmente o risco de tragédias. Nosso papel é fornecer aos municípios meios concretos para proteger vidas”, afirmou.

A iniciativa integra um conjunto mais amplo de ações promovidas pelo Detran-GO, que vem expandindo convênios com Guardas Municipais, secretarias de trânsito e instituições de segurança pública para fortalecer o cumprimento da legislação e aumentar a presença fiscalizatória em todas as regiões do estado.

Parceria municipal amplia alcance das ações

O secretário municipal de trânsito de Aparecida, coronel Éder Fernandes, destacou que a parceria com o Estado tem possibilitado avanços significativos na infraestrutura e na fiscalização de trânsito no município.

“Só neste ano recebemos 10 mil metros de sinalização horizontal. Agora, com os novos etilômetros, ampliamos nossa capacidade de atuação. E saímos daqui com o compromisso renovado de que teremos novamente o apoio do Sinaliza Goiás”, enfatizou.

A expectativa da SMTA é intensificar blitzes e ações educativas, promovendo não apenas a punição, mas também a conscientização de motoristas sobre os riscos associados à condução sob efeito de álcool.

Lei Seca: 17 anos de avanços e desafios

A Lei nº 11.705/2008, conhecida como Lei Seca, foi um divisor de águas na política de trânsito brasileira. Ao estabelecer tolerância zero para o consumo de álcool por condutores, a legislação reduziu drasticamente os acidentes fatais nos primeiros anos de sua implementação, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.

Contudo, a persistência de altos índices de infração, especialmente em grandes centros urbanos, evidencia a necessidade de ações contínuas de fiscalização e educação. Em Goiás, o modelo adotado pelo Detran-GO — com descentralização de ações e fortalecimento de parcerias municipais — tem sido apontado como referência por especialistas em segurança pública e mobilidade urbana.

Consequências severas para quem desrespeita a lei

Conforme previsto na legislação, dirigir sob efeito de álcool ou recusar-se a realizar o teste do etilômetro configura infração gravíssima, sujeita a multa de R$ 2.934,70, suspensão do direito de dirigir por 12 meses e outras sanções administrativas.

Em casos em que o teste acusa concentração igual ou superior a 0,34 miligrama de álcool por litro de ar alveolar, o condutor responde criminalmente, com pena de seis meses a três anos de detenção, além de multa e cassação da CNH.

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