5 de dezembro de 2025
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Justiça nega pedido de prisão de Pollara apesar de indícios de irregularidades em contrato da Saúde de Goiânia

A rejeição judicial expõe os desafios de responsabilização em esquemas com pagamentos antecipados e contratos sem comprovação de serviço
Ex-secretário Municipal de Saúde, Wilson Pollara, durante prestação de contas na Câmara Municipal | Foto: Wesley Menezes

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), via a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Dercap), pediu a prisão preventiva do ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia Wilson Pollara no âmbito da Operação Pagamento Imediato — investigação que apura suspeitas de fraude, contratação direta sem licitação e desvio de recursos públicos. A Justiça, no entanto, rejeitou o pedido. A decisão limita-se à autorização de busca e apreensão — o que resultou na apreensão do telefone de Pollara, sem decretação de sua prisão.

O cerne da investigação: contrato suspeito, pagamento antecipado e ausência de serviço

O objeto da investigação é um convênio de cerca de R$ 11,7 milhões firmado em 2024 pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) com o Instituto Idesp — organização sediada em Palmas (TO). A contratação, realizada de forma direta e sem licitação, previa serviços de “modernização administrativa” para a rede municipal.

Segundo a PCGO, o pagamento foi integralizado em pouco mais de um mês — cerca de R$ 11,68 milhões — em clara dissonância com o cronograma previsto. Não foi encontrada documentação que comprove a execução dos serviços: não há relatórios, atestos ou qualquer evidência de entrega técnica. A partir desse quadro, as autoridades levantam a hipótese de que o contrato foi meramente formal, sem prestação real de serviço, levantando suspeitas de desvio de finalidade e fraude.

Além disso, os investigadores apontam que os repasses começaram antes mesmo da formalização do contrato — fato que agrava as suspeitas de irregularidade. A escolha do Instituto Idesp também é alvo de questionamentos: trata-se de uma entidade com atuação principal em atendimento médico em Palmas, sem histórico reconhecido em gestão administrativa ou digitalização documental, que — inclusive segundo descrição de investigação — teria sido “localizada por meio de busca na internet”.

O pedido de prisão e os critérios para sua rejeição

O delegado responsável pelo caso declarou que a prisão de Pollara era necessária diante dos indícios de associação criminosa, fraude e risco de ocultação de provas ou de bens. Contudo, o Judiciário considerou que — até o momento — os elementos não justificavam prisão preventiva, limitando-se a autorizar diligências como busca e apreensão. Com isso, Pollara permanece citado no processo, mas sem medidas mais gravosas de restrição à liberdade.

Significado político, institucional e o impacto sobre a confiança pública

O episódio evidencia falhas graves nos mecanismos de controle de contratos públicos: pagamento antecipado, ausência de prestação efetiva, contratação direta sem processo competitivo e fragilidade no acompanhamento da execução. A rejeição do pedido de prisão, apesar de tais indícios, ressalta as dificuldades de obtenção de medidas cautelares mesmo diante de suspeitas contundentes — o que pode alimentar a percepção de impunidade.

Para a população de Goiânia, a controvérsia ameaça minar a confiança na gestão da Saúde e na capacidade do Estado de proteger o patrimônio público. Caso os recursos não sejam recuperados, o prejuízo estimado — cerca de R$ 11,6 milhões — repercute diretamente sobre serviços essenciais, reduzindo a capacidade de investimentos e afetando a qualidade do atendimento.

Para os investigadores e para o controle externo, o caso serve como alerta sobre a necessidade de reforçar critérios de fiscalização, auditoria e vedação de adiantamentos financeiros sem lastro contratual.

O que esperar com a continuidade do processo

As apurações seguem com análise de documentos, rastreamento de repasses e descobrir quem autorizou os pagamentos antecipados. Com base no material recolhido — contratos, comprovantes, registros eletrônicos — a polícia poderá requerer novas medidas cautelares, como bloqueio de bens, sequestro de valores ou até mesmo, posteriormente, pedido de prisão preventiva. A sociedade e os órgãos de controle devem acompanhar com atenção.


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Marcus

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