5 de dezembro de 2025
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Tragédia em Itumbiara: criança de 4 anos morre após ataque de pit bull; mãe é presa por abandono de incapaz

Menino foi atacado dentro de casa enquanto estava sozinho com os irmãos. Mãe havia saído para trabalhar e poderá responder por abandono de incapaz com resultado morte. Animal foi capturado e encaminhado ao Centro de Zoonoses.
O animal foi levado ao Centro de Zoonoses do município (Divulgação / Corpo de Bombeiros Militar)

Um episódio trágico chocou a cidade de Itumbiara, no sul de Goiás, na tarde desta quarta-feira (2). Um menino de apenas 4 anos foi morto por um cão da raça pit bull dentro da própria residência, no Setor Dona Marolina. Segundo as autoridades, a criança estava sozinha em casa com os irmãos de 7 e 9 anos quando o ataque ocorreu.

A mãe das crianças, de 30 anos, foi presa em flagrante e deverá responder por abandono de incapaz com resultado morte, crime previsto no artigo 133, §2º, do Código Penal. A pena pode variar de 4 a 12 anos de reclusão. O nome da suspeita não foi divulgado, conforme prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Ausência da mãe e condições da casa

De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a mulher teria saído para trabalhar no início da manhã e deixado os três filhos sozinhos, sem a supervisão de outro adulto. “Ela morava sozinha com as crianças e saiu para trabalhar. Durante sua ausência, o cão da família atacou o menino de 4 anos, que não resistiu aos ferimentos”, explicou o delegado regional Ricardo Chueire, responsável pela investigação.

A residência não apresentava sinais de arrombamento ou invasão, o que confirma que o ataque ocorreu no interior do imóvel, sob circunstâncias domésticas. A polícia investiga também o comportamento do animal nos dias anteriores ao ataque, e se havia histórico de agressividade.

Resposta das autoridades

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado por vizinhos, mas, ao chegar ao local, a equipe apenas pôde constatar o óbito da criança. A Polícia Militar e a Polícia Civil também estiveram no local. O Instituto Médico Legal (IML) realizou a perícia e fez a remoção do corpo, que foi encaminhado para exames cadavéricos.

O Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, por sua vez, atuou na contenção do animal, utilizando técnicas de manejo e segurança. O pit bull foi levado ao Centro de Zoonoses da Prefeitura de Itumbiara, onde ficará em observação por tempo indeterminado. Segundo fontes da Vigilância Sanitária, caberá à autoridade de saúde decidir se o cão será eutanasiado ou submetido a medidas alternativas, como reabilitação e transferência.

Implicações legais e sociais

O caso levanta novamente debates sobre responsabilidade penal de pais e responsáveis, sobretudo em contextos de vulnerabilidade social. A mãe, que alega não ter com quem deixar os filhos, será mantida presa até audiência de custódia, que deverá ocorrer nas próximas 24 horas.

“A responsabilização criminal é necessária diante da omissão em proteger crianças incapazes de se defenderem sozinhas. No entanto, é preciso que o Judiciário considere o contexto socioeconômico e familiar da autuada”, pontua a defensora pública Ana Clara Leal, que acompanha casos de proteção à infância na região Sul do estado.

Segundo o Conselho Tutelar de Itumbiara, os irmãos sobreviventes estão sob guarda provisória de parentes, enquanto o Ministério Público avalia a situação e decide sobre eventual medida de acolhimento institucional ou manutenção com a família extensa.

Histórico e dados sobre ataques

O caso não é isolado. Dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, apontam que ao menos 30 crianças morreram no Brasil em decorrência de ataques de cães entre 2010 e 2022, sendo 12 delas vítimas de animais da raça pit bull. Embora não seja a raça com maior número de mordidas registradas, o potencial de dano provocado por um pit bull em ataque é significativamente maior, segundo estudos da área veterinária.

A legislação brasileira ainda não impõe restrições severas quanto à criação de cães de raças consideradas de guarda ou de alto potencial ofensivo. Estados como São Paulo e Paraná, no entanto, já regulamentam o uso obrigatório de focinheira para determinadas raças em espaços públicos — algo que não se aplica em ambientes domésticos, como neste caso.

A tragédia ocorrida em Itumbiara evidencia a urgente necessidade de políticas públicas voltadas à proteção da infância em contextos de vulnerabilidade, além de ações de conscientização sobre a guarda responsável de animais domésticos, especialmente de raças potencialmente perigosas.

Mais do que um caso isolado, o episódio lança luz sobre a intersecção entre pobreza, negligência estrutural, desinformação e o ciclo de violência silenciosa nas periferias urbanas, onde mães solo precisam escolher entre a sobrevivência econômica e o cuidado integral dos filhos.

O processo judicial segue em tramitação na comarca de Itumbiara, sob sigilo parcial. A Prefeitura e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município informaram que estão prestando apoio psicológico e social aos familiares.

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Marcus

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