9 de julho de 2025
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Falha em pouso de aeronave interdita pista do Aeroporto de Goiânia e afeta voos nacionais

Ocorrência com avião de pequeno porte suspendeu temporariamente pousos e decolagens no Aeroporto Santa Genoveva; sete voos atrasaram e três foram redirecionados para Brasília. Operações só foram normalizadas após inspeção completa da pista.
Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia (Reprodução/Google Maps)

Um incidente envolvendo uma aeronave de pequeno porte provocou a interdição temporária da única pista operacional do Aeroporto Internacional de Goiânia – Santa Genoveva – na tarde desta quarta-feira (2/7), gerando reflexos imediatos na malha aérea da capital goiana. Segundo a Motiva Aeroportos, concessionária responsável pela gestão do terminal, a pista foi considerada inviável para pousos e decolagens por cerca de uma hora, até que a aeronave fosse removida e a área passasse por rigorosa inspeção de segurança.

De acordo com a concessionária, a falha ocorreu durante o procedimento de pouso, quando a aeronave de pequeno porte apresentou um problema técnico ainda não detalhado oficialmente. Não houve registro de feridos, mas o protocolo de segurança determinou o bloqueio da pista até a completa liberação da área. As operações foram retomadas às 16h26, após inspeção visual e técnica por parte da equipe de segurança operacional do aeroporto.

Impacto na malha aérea

O incidente provocou atrasos em pelo menos sete voos comerciais, sendo cinco decolagens e dois pousos. Outros três voos foram alternados para o Aeroporto Internacional de Brasília (Presidente Juscelino Kubitschek), com posterior reprogramação. Embora o fluxo aéreo tenha sido parcialmente restabelecido no final da tarde, passageiros relataram desconforto e insegurança em função da escassez de informações durante a ocorrência.

Fontes da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) consultadas pela reportagem confirmaram que foram notificados sobre a ocorrência e acompanharam os desdobramentos operacionais. Por envolver uma aeronave de pequeno porte, o incidente não impactou voos internacionais, uma vez que o terminal de Goiânia opera exclusivamente rotas domésticas atualmente.

Operação em pista única: vulnerabilidade estrutural

O episódio expôs mais uma vez a vulnerabilidade da infraestrutura do Aeroporto Santa Genoveva, que possui apenas uma pista para pousos e decolagens, sem alternativa funcional para contingências. Especialistas em aviação consultados apontam que a limitação estrutural compromete a eficiência do terminal em casos de emergências simples, como a ocorrida nesta quarta.

“O problema não foi grave, mas o impacto foi desproporcional. Um aeroporto com tráfego crescente precisa urgentemente de uma pista auxiliar ou de um plano de contingência mais robusto. Qualquer anormalidade mínima paralisa todo o sistema”, avalia o engenheiro aeronáutico Rafael Pinho, membro da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG).

Histórico recente de incidentes

Embora o Aeroporto de Goiânia possua um dos menores índices de acidentes em operação aérea comercial, o histórico de paralisações temporárias por problemas técnicos ou meteorológicos não é raro. Em fevereiro deste ano, um voo com destino a São Paulo foi cancelado após um pássaro atingir uma turbina durante a decolagem. Em 2023, o aeroporto ficou parcialmente fechado por duas vezes por conta de falhas em aeronaves menores e condições climáticas adversas.

A falta de infraestrutura de apoio – como pista alternativa, áreas de escape mais amplas e sistema moderno de navegação por instrumentos – também foi alvo de apontamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) em relatórios sobre concessões aeroportuárias no Centro-Oeste.

Posicionamento oficial

Em nota enviada à imprensa, a Motiva Aeroportos reforçou que o bloqueio da pista seguiu “rigoroso protocolo de segurança operacional”, e destacou a “prontidão da equipe técnica” na remoção da aeronave e liberação da pista. A empresa reiterou que “todas as medidas de segurança foram seguidas conforme normativas da ANAC e do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos)”.

Ainda segundo a Motiva, a aeronave permanece sob investigação técnica para apurar as causas do problema apresentado durante o pouso.

O incidente desta quarta-feira é mais um alerta sobre a necessidade de investimentos estruturais no sistema aeroportuário regional, sobretudo em capitais como Goiânia, cujo crescimento urbano e econômico exige soluções mais robustas em mobilidade aérea. A dependência de uma única pista em um aeroporto internacional evidencia fragilidades que, embora não tenham resultado em danos neste episódio, colocam em risco a regularidade e a confiabilidade do transporte aéreo na região.

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