Operação “Peça Avulsa” Desmantela Esquema de Desmanche e Receptação de Veículos Roubados com Tentáculos Interestaduais em Goiás
Investigação da DERFRVA revela galpão clandestino em Aparecida de Goiânia, documentos falsificados e conexões com ferros-velhos na capital, expondo sofisticação e reincidência do grupo criminoso.
A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio de uma minuciosa investigação conduzida pela Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação “Peça Avulsa”, desarticulando um esquema criminoso especializado em receptação qualificada e falsidade ideológica, com ramificações interestaduais. A operação cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra os membros da organização, revelando um modus operandi sofisticado e a reincidência dos envolvidos em diversos crimes.
As investigações da DERFRVA, iniciadas em outubro de 2024, convergiram para um galpão discretamente localizado no Setor Mansões Paraíso, em Aparecida de Goiânia. O local, utilizado como centro de armazenamento de peças automotivas desprovidas de qualquer identificação de procedência legal, levantou suspeitas que se confirmaram com a descoberta de um componente veicular pertencente a um BYD Dolfin, reportado como roubado no estado do Rio de Janeiro.
A apuração policial detalhou a estratégia do grupo em ocultar suas atividades ilícitas. O galpão em Aparecida de Goiânia havia sido alugado mediante a utilização de documentos falsificados, incluindo identidade e comprovante de residência. A PCGO conseguiu rastrear e identificar os indivíduos responsáveis pela locação e pelo armazenamento das peças roubadas no imóvel, os quais foram diretamente vinculados à posse do componente de origem criminosa.
Aprofundando a investigação, a DERFRVA identificou que os suspeitos mantinham estabelecimentos comerciais no ramo de ferro-velho na região da Vila Canãa, em Goiânia. O histórico policial dos investigados revelou um extenso prontuário, com registros por envolvimento em crimes como adulteração de sinais identificadores de veículos, receptação, furto, roubo, estelionato e até tráfico de drogas, evidenciando a periculosidade e a habitualidade na prática delitiva.
Um dos presos na operação já era alvo de investigação da DERFRVA, sendo apontado como responsável por outro esquema de armazenamento de peças avulsas e desmanche de veículos roubados, com evidências de que carros eram trazidos de outros estados para serem desmembrados em Goiás. O segundo preso foi detido em flagrante em Cristalina/GO, na posse de um veículo furtado em Minas Gerais, que a polícia acredita que seria introduzido no esquema de desmanche em Goiás, reforçando a atuação interestadual da organização.
A tática de alugar galpões e imóveis em áreas mais afastadas e com menor vigilância policial se mostrou uma estratégia deliberada do grupo para promover o desmanche e a ocultação das peças de veículos roubados, dificultando o rastreamento e a ação das autoridades.
Na operação desta quinta-feira, foram cumpridos um total de quatro mandados de busca e apreensão, abrangendo tanto os estabelecimentos comerciais ligados ao grupo quanto as residências dos investigados. Adicionalmente, foram executados dois mandados de prisão preventiva. Um dos investigados já se encontrava sob custódia no presídio de Cristalina, em decorrência da prisão em flagrante anterior, demonstrando a continuidade da atuação policial no desmantelamento da organização criminosa.
A Operação “Peça Avulsa” representa um golpe significativo contra o mercado ilegal de peças automotivas em Goiás, expondo a complexidade e a abrangência das redes criminosas que lucram com o roubo e furto de veículos. A investigação da DERFRVA demonstra a expertise da Polícia Civil goiana no rastreamento e na desarticulação de grupos criminosos que atuam de forma organizada e transfronteiriça, utilizando estratégias elaboradas para burlar a lei e dificultar a ação policial. As autoridades seguem com as investigações para identificar outros possíveis membros do esquema e responsabilizar todos os envolvidos na cadeia criminosa.
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