Jovem de 20 anos luta pela vida enquanto aguarda vaga na UTI após complicações pós-parto
Família denuncia descaso e relata angústia diante de demora no atendimento adequado. Hospital afirma que cuidados estão sendo prestados, mas alta demanda na UTI dificulta internação.

Emily Thaisy Rodrigues, 20 anos, vive um drama em busca de tratamento adequado após complicações graves ocorridas uma semana após dar à luz. A jovem, operadora de caixa, deu entrada no Hospital Estadual da Mulher (Hemu), em Goiânia, no último domingo (12), com uma infecção bacteriana diagnosticada após o parto, mas permanece no corredor da unidade à espera de uma vaga na UTI.
A mãe de Emily, Gisele Rodrigues Saturnino, denuncia a precariedade no atendimento e teme pela vida da filha, que está em estado crítico. “Minha filha está muito inchada, com febre alta, pressão elevada e precisando de oxigênio. Ela quase teve um infarto. Quanto tempo mais ela pode esperar?”, questiona, emocionada.
Internação tardia e complicações graves
Após dar à luz no dia 7 de janeiro, Emily teve alta, mas começou a se sentir mal dias depois. No domingo (12), ela foi levada a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde foi orientada a procurar a maternidade onde havia dado à luz. Segundo Gisele, a jovem foi atendida, mas não internada, e recebeu a recomendação de realizar um ultrassom.
No dia seguinte, o exame apontou a presença de uma infecção bacteriana. Emily foi novamente encaminhada ao hospital, mas, devido à falta de vagas, foi mantida em observação sem acesso à UTI.
Na terça-feira (14), seu quadro piorou. Emily sofreu uma convulsão, dificuldade respiratória e inchaço extremo. Ela foi transferida ao Hemu durante a madrugada, mas, ao chegar, foi informada de que ainda não havia leitos disponíveis na UTI.
Hospital se manifesta e aponta desafios estruturais
Em nota, o Hospital Estadual da Mulher afirmou que Emily está recebendo os cuidados necessários enquanto aguarda a liberação de uma vaga na UTI. A unidade reconheceu a alta demanda por leitos intensivos, característica do perfil do hospital. Segundo a administração, a vaga foi liberada na manhã desta quarta-feira (15).
Apesar da resposta oficial, a família de Emily questiona a demora no encaminhamento e o impacto emocional da situação. “Cada minuto é crucial. Não queremos perder mais tempo, queremos salvar minha filha”, desabafou Gisele.
Sistema de saúde em colapso?
O caso de Emily reflete um problema estrutural enfrentado por unidades de saúde em todo o país: a escassez de leitos de UTI e a alta demanda em períodos críticos. De acordo com especialistas, infecções pós-parto podem evoluir rapidamente para quadros graves, exigindo atendimento imediato e recursos intensivos.
Robledo Mendonça, coordenador da Defesa Civil em Goiânia, destaca a importância de maior investimento na saúde pública. “Casos como este escancaram a necessidade de ampliação de leitos e maior suporte às emergências, principalmente em hospitais especializados.”
Prevenção e suporte
Complicações pós-parto, como as enfrentadas por Emily, podem ser prevenidas com acompanhamento médico adequado e diagnóstico precoce. Contudo, a demora no acesso ao tratamento agrava o risco de sequelas permanentes ou até mesmo de morte.
Para Gisele, a luta não é apenas pela filha, mas por todas as mulheres que enfrentam situações semelhantes. “Minha filha precisa de cuidados agora, mas quantas outras Emilys estão passando por isso? É revoltante”, conclui.
Caminhos para solução
Enquanto Emily aguarda o atendimento adequado, a família faz um apelo por mais agilidade e reforço na infraestrutura hospitalar. A sociedade civil também questiona a qualidade do atendimento e cobra medidas efetivas para evitar que novas vidas sejam colocadas em risco.
Em casos de emergência médica, a recomendação é acionar as autoridades competentes imediatamente. A saúde não pode esperar.
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