MP-GO Solicita Júri Popular para Motorista Envolvido em Acidente que Vitimou Quatro Policiais Militares
Promotoria argumenta que condutor agiu com dolo eventual ao dirigir sem habilitação adequada e em alta velocidade, resultando na morte de agentes do COD.

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) requereu que Jhonatan Murilo Leite, de 22 anos, seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri, acusado de homicídio com dolo eventual pelo acidente ocorrido em abril de 2024 na BR-364, município de Cachoeira Alta, que culminou na morte de quatro policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD).
Circunstâncias do Acidente
Em 24 de abril de 2024, por volta das 19h30, um caminhão carregado com aproximadamente 70 toneladas de milho colidiu frontalmente com uma viatura do COD. A viatura transportava os policiais Gleidson Rosalen Abib (34 anos), Liziano José Ribeiro Júnior (44 anos), Anderson Kimberly Dourado de Queiroz (42 anos) e Diego Silva de Freitas (34 anos), que vieram a óbito no local. Investigações apontam que o caminhão, conduzido por Jhonatan, teria invadido a pista contrária, resultando na colisão fatal.
Descoberta do Verdadeiro Condutor
Inicialmente, Diego Michel Cardoso, de 41 anos, assumiu a responsabilidade pelo acidente e chegou a ser detido. Contudo, em setembro de 2024, novas evidências, incluindo depoimentos e registros visuais de testemunhas, revelaram que o verdadeiro motorista era Jhonatan, funcionário de Diego. Este admitiu ter assumido a culpa para proteger Jhonatan, que não possuía a habilitação necessária para conduzir veículos de carga pesada.
Argumentação do Ministério Público
O promotor Geibson Cândido Martins Rezende sustenta que Jhonatan agiu com dolo eventual, pois, ao dirigir sem a habilitação adequada e em velocidade excessiva, assumiu conscientemente o risco de causar um acidente fatal. A perícia indicou que o caminhão trafegava entre 90 km/h e 120 km/h, velocidade superior ao permitido para o tipo de veículo e condições da via. Além disso, marcas de frenagem de 30 metros na pista contrária corroboram a tese de invasão de faixa pelo caminhão.
Próximos Passos
Caso a Justiça aceite o pedido do MP-GO, Jhonatan será julgado por homicídio com dolo eventual, cuja pena varia de 6 a 20 anos de reclusão, conforme o Código Penal. A defesa de Jhonatan alega que ele dirigia a uma velocidade entre 50 km/h e 60 km/h e que a viatura policial teria realizado uma ultrapassagem irregular, versão contestada pelas investigações.
O caso segue em análise judicial, aguardando decisão sobre a realização do júri popular.
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