22 de novembro de 2024
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Psicóloga é presa em Goiânia por crime de racismo contra técnico durante campeonato infantil

Suspeita foi detida em flagrante após ofensas racistas a técnico de futebol; crime foi registrado em vídeo por testemunhas, e marido afirma que acusações são motivadas por “inveja”
Psicóloga é presa suspeita de chamar técnico de futebol de ‘macaco’ (Divulgação/Polícia Civil)

Em um episódio grave de discriminação racial, uma psicóloga foi presa em flagrante no sábado (2), em Goiânia, sob suspeita de injúria racial após chamar um técnico de futebol de “macaco” durante um campeonato infantil no Residencial São Marino. A agressão verbal, que chocou os presentes, foi registrada em vídeo por testemunhas e evidenciada pelas autoridades policiais, que classificaram o caso como racismo.

Segundo a Polícia Civil, o incidente ocorreu pela manhã, enquanto várias famílias acompanhavam os jogos das crianças. A suspeita, mãe de um dos atletas em campo, teria se irritado com uma decisão do técnico, levando-a a proferir a ofensa que motivou a denúncia. No vídeo gravado, ela ainda tenta justificar suas palavras, aumentando a indignação dos presentes.

A denúncia foi levada à Central de Flagrantes por familiares e testemunhas, que também forneceram o vídeo como prova. Imediatamente, o delegado Humberto Teófilo coordenou a operação que resultou na prisão da mulher em sua residência, localizada no Setor Marista, região nobre de Goiânia. Durante a abordagem policial, o marido da suspeita alegou que sua esposa estaria sendo vítima de “inveja” e “perseguição” devido ao seu sucesso profissional e aparência, tentativa de defesa que foi prontamente desconsiderada pelas autoridades.

O delegado Teófilo reforçou que o racismo é um crime inafiançável, e a psicóloga agora enfrenta uma pena que pode variar entre 2 e 5 anos de prisão, caso seja condenada. O caso já foi encaminhado para análise da Promotoria de Justiça, e a polícia reforçou a gravidade do crime ao destacar a importância de combater manifestações racistas, especialmente em ambientes voltados ao desenvolvimento infantil, onde atitudes discriminatórias podem ter consequências profundas e duradouras.

A responsabilidade das instituições esportivas

O episódio levanta questionamentos sobre a responsabilidade das instituições esportivas e dos pais em campeonatos infantis. A Liga de Futebol Infantil de Goiás emitiu uma nota repudiando qualquer tipo de preconceito e assegurou que tomará medidas para reforçar a conscientização de pais e responsáveis sobre a importância de manter um ambiente de respeito e inclusão.

Racismo no Brasil e penalidades legais

Casos de racismo continuam sendo uma realidade no Brasil, e os registros de ocorrências em eventos esportivos têm sido recorrentes, expondo a necessidade de políticas mais eficazes para educar a população sobre o respeito racial. A legislação brasileira considera o racismo um crime inafiançável e imprescritível, com penas severas para quem o pratica. Além de ser um crime, o racismo fere diretamente os direitos fundamentais e o princípio da dignidade humana.

Especialistas em direito afirmam que a exposição e a responsabilização desses crimes são essenciais para que a sociedade possa avançar em direção a um ambiente mais inclusivo e livre de preconceitos. A psicóloga permanece sob custódia e aguarda os procedimentos legais, enquanto o caso ganha atenção na mídia e entre entidades de combate ao racismo.