18 de outubro de 2024
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Subtenente da PM é preso por fraude milionária em benefícios para vítimas do césio-137

Ronaldo Santana Cunha é suspeito de envolvimento em esquema que causou prejuízo de R$ 20 milhões, envolvendo oficiais de reserva e advogados em Goiás.
Policiais cumprem mandados em Goiânia, durante Fraude Radioativa, Goiás — Foto: Divulgação/PCGO

Na última sexta-feira (11), o subtenente da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) na reserva, Ronaldo Santana Cunha, de 56 anos, foi preso em cumprimento a um mandado de prisão preventiva, suspeito de participação em um esquema fraudulento que teria desviado cerca de R$ 20 milhões dos cofres públicos. A operação batizada de “Fraude Radioativa” foi conduzida pela Polícia Civil de Goiás por meio do Grupo de Repressão a Roubo da Delegacia Estadual de Investigação de Crimes (Garra/Deic).

O subtenente Ronaldo é acusado de colaborar com advogados para garantir que oficiais da reserva obtiveram, judicialmente, isenções no Imposto de Renda (IR) alegando doenças graves causadas pelo acidente radiológico do Césio-137, ocorrido em Goiânia em 1987. As investigações revelaram que , além de Ronaldo, outras pessoas, como as defensoras Ana Laura Pereira Marques e Gabriela Nunes Silva, também estão envolvidas no esquema.

Investigação detalhada e prisões

A operação da Polícia Civil começou a partir de uma denúncia de um médico que, em fevereiro deste ano, foi abordado por Ana Laura com uma proposta indevida: fabricar laudos médicos para radioacidentes do césio-137, que garantiriam a isenção do IR. O médico, que aceitou a oferta, descobriu mais tarde que seu nome estava sendo usado em laudos falsos.

Após essa denúncia, a Polícia Civil conseguiu acompanhar o envolvimento de diversos advogados e oficiais da PM-GO. Segundo as autoridades, 49 oficiais da reserva foram beneficiados pelas fraudes, sendo 25 coronéis. As fraudes envolviam processos distribuídos em diversas cidades, incluindo Goiânia, Anápolis e Rio Verde, caindo a dimensão do esquema.

Ana Laura, considerada uma das principais organizadoras da fraude, conseguiu converter sua prisão preventiva para domiciliar em 4 de outubro. Gabriela Nunes, por sua vez, teve a prisão temporária revogada logo após a operação. A defesa de Ronaldo Cunha argumenta que ele está colaborando com as investigações e contesta a necessidade da prisão, afirmando que ele não oferece risco à sociedade.

Consequências jurídicas e investigação em andamento

O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do promotor Guilherme Vicente de Oliveira, já se manifestou contra a revogação da prisão preventiva de Ronaldo. O promotor descobriu que o subtenente teve um papel fundamental no esquema ao recrutar militares da reserva e que, livremente, poderia influenciar ou coagir outros envolvidos, prejudicando as investigações.

As autoridades investigam ainda o possível envolvimento de outros advogados e oficiais da reserva. Segundo a Garra/Deic, as fraudes começaram a ser aplicadas em 2018, e os laudos falsificados foram utilizados tanto em processos judiciais quanto em procedimentos administrativos da PM-GO. A Polícia Civil e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) seguiram trabalhando no caso e solicitaram mais prazo para concluir o inquérito.

Operação em expansão

A investigação, que já parcerias com sete advogados e ofertas de oficiais da reserva como suspeitos, poderá levar a novas prisões e apreensões nas próximas semanas. As fraudes não se limitaram à capital Goiânia, atingindo municípios como Anápolis, Morrinhos, e Quirinópolis, o que revela a amplitude e complexidade da operação. Além disso, dois médicos tiveram seus nomes usados ​​indevidamente nos laudos forjados, mostrando que o esquema alcançava diferentes níveis da sociedade goiana.

Ronaldo Santana Cunha, agora detido no presídio militar de Goiânia, aguardou a decisão sobre o pedido de revogação de sua prisão. Caso condenado, ele poderá responder por diversos crimes, incluindo falsificação de documentos e fraude contra a administração pública.


Essa operação reforça a importância de investigações rigorosas e a colaboração entre órgãos como a Polícia Civil, o Ministério Público e a Procuradoria Geral do Estado para combater fraudes que impactam diretamente os cofres públicos e manchas, a reparação de sistemas destinados a amparar vítimas de tragédias, como o acidente radiológico de 1987.

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