Vereadores de Aparecida de Goiânia aprovam aumento salarial de 37% e geram polêmica na cidade
Decisão derruba veto do prefeito e eleva remuneração dos parlamentares para R$ 24,7 mil em 2025; população reage com críticas.
Em uma decisão que gerou ampla repercussão, os vereadores de Aparecida de Goiânia decidiram, nesta terça-feira (3), derrubar o veto do prefeito Vilmar Mariano (União Brasil) e aprovaram o aumento de 37% nos próprios salários. Com isso, a remuneração dos parlamentares municipais passará de R$ 18,7 mil para R$ 24,7 mil a partir de janeiro de 2025. A medida reacendeu debates sobre prioridades públicas e gestão do orçamento na cidade.
Detalhes da votação e justificativas
Dos 25 vereadores que compõem a Câmara Municipal, 18 votaram pela derrubada do veto e apenas três mantiveram posição contrária ao aumento. Outros quatro parlamentares estavam ausentes. A votação foi acompanhada por críticas de moradores e por discursos que expuseram diferentes perspectivas sobre o reajuste.
Os argumentos dos favoráveis ao aumento incluem:
- Defasagem salarial: Os vereadores justificaram que os salários não eram reajustados desde 2013.
- Estrutura abaixo da média: Alegaram que a estrutura de trabalho e os benefícios em Aparecida de Goiânia são inferiores à média nacional.
- Conformidade legal: Afirmaram que o aumento respeita os limites estabelecidos pela legislação e não comprometerá as finanças do município.
Por outro lado, parte da população manifestou insatisfação, destacando que o reajuste ocorre em um momento de carências significativas em áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Movimentações anteriores e controvérsias
Na primeira votação, realizada em 19 de novembro, o projeto foi aprovado por 19 votos favoráveis. No entanto, dois vereadores posteriormente alegaram que “se enganaram” ao votar e declararam oposição ao aumento. Apesar disso, a decisão avançou, sendo vetada pelo prefeito e retornando à Câmara.
O presidente da Casa, André Fortaleza (PL), demonstrou irritação com a confusão gerada na votação inicial e enfatizou a necessidade de maior atenção por parte dos parlamentares.
Reações da população e impacto político
A decisão enfrentou críticas severas da população local. Muitos moradores apontaram que o reajuste é desproporcional, especialmente em um município onde os serviços básicos enfrentam desafios recorrentes. Protestos nas redes sociais destacaram o contraste entre a aprovação do aumento e as condições de ruas, postos de saúde e escolas públicas.
Para alguns analistas, a derrubada do veto pode enfraquecer a relação entre o Legislativo e o Executivo, além de intensificar a cobrança popular nas próximas eleições.
Lista de votação
Favoráveis ao aumento:
- Aldivo Araújo (União Brasil)
- Amendoim (União Brasil)
- André Fortaleza (PL)
- Caminha Rosa (União Brasil)
- Diony Nery (MDB)
- Domingos Rodrigues (PL)
- Edinho Carvalho (MDB)
- Élio Bom Sucesso (PL)
- Fábio Ideal (MDB)
- Gilsão Meu Povo (MDB)
- Hans Miller (MDB)
- Isaac Martins (União Brasil)
- Leandro da Pamonharia (PL)
- Lelis Pereira (União Brasil)
- Marcelo da Saúde (PSDB)
- Roberto Chaveiro (PP)
- Valéria Pettersen (MDB)
- Zé Filho (PSDB)
Contra o aumento:
- Gleison Flávio (PL)
- Sandro Oliveira (MDB)
- Willian Panda (PSB)
Ausentes:
- Erivelton Contador (União Brasil)
- Getúlio Andrade (PL)
- Lelis Pereira (União Brasil)
- Marcos Miranda (Republicanos)
O que esperar?
Com a decisão tomada, o próximo passo será a promulgação da lei pelo presidente da Câmara. O reajuste salarial começará a valer em janeiro de 2025, mas o desgaste político pode ter efeitos mais imediatos, com cobranças por maior transparência e foco em políticas públicas que atendam às demandas da população.