21 de novembro de 2024
Saúde

Goiás entra em estado de emergência em saúde pública devido aos 160 casos confirmados de varíola dos macacos.

De acordo com um boletim divulgado nesta segunda-feira (22) pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), foram confirmados 160 casos de varíola dos macacos no estado. A SES-GO divulgou um plano de contingência após declarar situação de emergência em saúde pública devido ao avanço da doença. Em um documento publicado na sexta-feira (19), a secretaria classificou a situação em três níveis, sendo que o nível III – de emergência de saúde pública – é o que se aplica atualmente em Goiás.

Veja as definições de cada nível:
  • Nível I – Alerta: corresponde a uma situação em que o risco de introdução da doença seja elevado e não apresenta casos suspeitos.
  • Nível II – Perigo Iminente: detecção de caso suspeito de varíola dos macacos e/ou caso confirmado com transmissão alóctone (importado), sem registro de casos secundários (contatos).
  • Nível III – Emergência de Saúde Pública: situação em que há confirmação de transmissão local.

Conforme Flúvia Amorim, a superintendente de vigilância em saúde da SES-GO, o nível III é acionado quando é confirmada a transmissão comunitária. Ainda de acordo com a superintendente, embora a situação seja preocupante, o plano de contingência não prevê medidas de combate que possam causar impacto econômico ou administrativo na população, diferentemente do que ocorre no caso da Covid.

Plano de contingência

O plano de contingência tem como objetivo orientar a população e os profissionais de saúde sobre como lidar com a doença de maneira a minimizar seus efeitos na vida das pessoas em Goiás. O documento estabelece diretrizes para o atendimento de pacientes suspeitos, além de orientar sobre o monitoramento de pessoas infectadas e contatos próximos. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás ressalta a importância das equipes de saúde ficarem atentas aos sintomas da doença e realizarem coleta de amostras e exames imediatamente em pacientes que atendam aos critérios para diagnóstico.

Varíola dos macacos em Goiás

No dia 11 de julho, foram confirmados os dois primeiros casos da varíola dos macacos em moradores de Aparecida de Goiânia, em Goiás. Desde então, os números da doença vêm aumentando no estado. Nesta segunda-feira, há 160 casos confirmados, 297 suspeitos e 10 prováveis. Dos casos confirmados, 157 são homens e apenas 3 mulheres, com idades entre 9 e 64 anos. Goiânia é a cidade com o maior número de casos, com 123 pessoas infectadas, seguida por Aparecida de Goiânia, com 15 casos confirmados. No boletim anterior, divulgado na sexta-feira, o estado contava com 143 casos confirmados, 294 suspeitos e 9 prováveis da doença.

Sintomas da varíola dos macacos

  • febre
  • dor de cabeça
  • dores musculares
  • dor nas costas
  • gânglios (linfonodos) inchados
  • calafrios
  • exaustão

Transmissão da doença

  • Por contato com o vírus: com um animal, pessoa ou materiais infectados, incluindo através de mordidas e arranhões de animais, manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Ainda não se sabe qual animal mantém o vírus na natureza, embora os roedores africanos sejam suspeitos de desempenhar um papel na transmissão da varíola às pessoas.
  • De pessoa para pessoa: pelo contato direto com fluidos corporais como sangue e pus, secreções respiratórias ou feridas de uma pessoa infectada, durante o contato íntimo – inclusive durante o sexo – e ao beijar, abraçar ou tocar partes do corpo com feridas causadas pela doença. Ainda não se sabe se a varíola do macaco pode se espalhar através do sêmen ou fluidos vaginais.
  • Por materiais contaminados que tocaram fluidos corporais ou feridas, como roupas ou lençóis.
  • Da mãe para o feto através da placenta.
  • Da mãe para o bebê durante ou após o parto, pelo contato pele a pele.
  • Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.