5 de dezembro de 2025
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Uso de cigarros eletrônicos cresce 24% e atinge 2,6% da população adulta em 2024, alerta INCA

Especialistas denunciam riscos respiratórios graves como EVALI e bronquiolite obliterante, além da presença de substâncias tóxicas e falsa promessa de auxílio para largar o fumo.
A pneumologista Daniela Campos ressalta que o aumento do uso dos cigarros eletrônicos é uma preocupação para os especialistas. Arquivo pessoal

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que 2,6% dos adultos brasileiros usam cigarros eletrônicos — o maior índice desde o início da série histórica em 2019, representando uma alta de 24% em apenas um ano. Em números absolutos, isso corresponde a cerca de 4 milhões de pessoas.

Simultaneamente, a pesquisa Vigitel, do Ministério da Saúde, revela que 9,3% da população adulta — cerca de 19,6 milhões de pessoas — se declara fumante, com prevalência maior entre homens (13,8%) em comparação a mulheres (9,8%). Esse crescimento marca também o primeiro aumento significativo da taxa de fumantes em 17 anos.

Perigo emergente: jovens em foco e mitos desvendados

Em plena expansão, os vapes atraem principalmente os jovens. A pneumologista Daniela Campos, do Órion Complex, em Goiânia, alerta que o apelo está na “roupagem moderna”, sabores agradáveis e ausência do odor forte do cigarro tradicional. No entanto, os riscos à saúde são reais e documentados.

O consumo desses dispositivos tem sido associado a doenças pulmonares graves. Uma das condições mais alarmantes é o EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico) — síndrome que causa insuficiência respiratória aguda e já levou à morte de jovens nos EUA. No Brasil, apesar de apenas sete casos terem sido oficialmente registrados, especialistas alertam para possível subnotificação e diagnóstico difícil.

Outro alerta é sobre a bronquiolite obliterante, também conhecida como “pulmão de pipoca”, lesão pulmonar irreversível associada à exposição a aromas como diacetil, comum em e-líquidos.

Química perigosa: não se iluda com a “saborização”

Os dispositivos que evocam controle sobre a dose de nicotina muitas vezes não oferecem essa precisão. Componentes como propilenoglicol, amônia, metais pesados, aromatizantes e THC — frequentemente sem regulamentação — podem causar efeitos adversos desconhecidos, além de tornar o dispositivo tão nocivo quanto o cigarro comum.

A indústria promove o vape como uma alternativa para parar de fumar, porém não há controle efetivo da dose de nicotina, e o risco de dependência permanece — podendo inclusive conter substâncias psicoativas como THC.

Proibição firme e consenso médico

A Anvisa mantém a proibição à comercialização, propaganda, importação e distribuição de cigarros eletrônicos no Brasil — medida aprovada por unanimidade pelos diretores da agência. Esse cenário segue em alinhamento com países com regulamentação mais clara — como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá — que exigem controle rigoroso contra acesso por menores e produtos inseguros.

As principais sociedades médicas, incluindo a Sociedade Brasileira de Pneumologia (SBPT), rechaçam a legalização dos eletrônicos. Elas destacam o impacto negativo em saúde pública, especialmente entre a população jovem.


O crescimento do uso de cigarro eletrônico preocupa pela rapidez e intensidade com que ocorre, especialmente entre jovens. A ciência evidencia que esses dispositivos trazem riscos significativos à saúde pulmonar, cardiovascular e neurológica. A desinformação sobre seus benefícios é perigosa — e, na prática, muitas vezes inviável de controlar.

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Marcus

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