12 de dezembro de 2024
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Tratamento inédito contra fibrilação atrial estreia em Goiás com tecnologia inovadora

Novo procedimento microinvasivo, utilizando o material Farapulse, promete maior segurança e eficácia no combate a arritmias cardíacas, sendo realizado pela primeira vez no estado.
Cardiologista Vinícius Marques Rodrigues será pioneiro em Goiânia com a ablação por via percutânea por técnica de farapulse. Arquivo Pessoal

A arritmia cardíaca, que afeta cerca de 20 milhões de brasileiros e é responsável por 320 mil mortes súbitas anuais, segundo a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac), é uma condição que exige atenção urgente. Entre os diversos tipos, a fibrilação atrial (FA) é a mais comum e ocorre quando os átrios do coração batem de forma descoordenada, prejudicando a circulação sanguínea e aumentando o risco de coágulos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Apesar da gravidade, avanços tecnológicos têm trazido esperança. Em Goiás, um marco na cardiologia será registrado na próxima segunda-feira (2), com o uso pioneiro de um novo material, o Farapulse, durante um procedimento de ablação por via percutânea.

O procedimento inovador

A cirurgia será conduzida pelo cardiologista Vinícius Marques Rodrigues, no Instituto do Rim, localizado no Órion Complex, em Goiânia. Ele explica que a técnica emprega o Farapulse, uma tecnologia revolucionária que chegou ao Brasil em julho deste ano.

“Vamos realizar a ablação em uma paciente de 80 anos portadora de fibrilação atrial, que a coloca em risco de desenvolver um AVC. O procedimento será combinado com o fechamento do apêndice atrial esquerdo, tornando-se o primeiro caso do tipo no Centro-Oeste”, destaca o especialista.

A ablação consiste em criar pequenas cicatrizes no tecido cardíaco para interromper os sinais elétricos desordenados que causam a arritmia. O fechamento do apêndice atrial esquerdo complementa o procedimento, reduzindo ainda mais os riscos de formação de coágulos.

O que torna o Farapulse diferente?

O Farapulse é uma tecnologia de ablação por pulsos elétricos, desenvolvida por uma empresa norte-americana. Diferentemente de outros métodos, que usam calor ou frio para destruir tecidos, essa técnica emprega pulsos elétricos de alta precisão para isolar as áreas do coração responsáveis pela arritmia.

“Com o Farapulse, o número de complicações é praticamente inexistente, e a eficácia é comparável ou superior aos métodos tradicionais. Nos Estados Unidos, ele já é amplamente utilizado, com resultados excelentes”, explica Vinícius Marques.

Além disso, o procedimento apresenta vantagens significativas:

  • Maior segurança: redução de danos colaterais a tecidos próximos.
  • Recuperação rápida: a técnica microinvasiva permite um tempo menor de internação e recuperação.
  • Alta precisão: evita lesões em estruturas cardíacas sensíveis.

A importância do avanço para Goiás e o Brasil

Esta será a primeira vez que o Farapulse é utilizado em Goiás, colocando o estado em destaque no cenário da cardiologia nacional. São Paulo foi o primeiro a realizar o procedimento, e capitais como Rio de Janeiro e Belo Horizonte estão começando a adotar a técnica.

Para a paciente, uma mulher idosa com risco elevado de complicações, o procedimento representa uma chance de melhoria na qualidade de vida e na prevenção de eventos fatais, como AVCs.

O que esperar no futuro?

Com uma duração média de três horas, o procedimento deve abrir portas para o uso mais amplo dessa tecnologia no Brasil, democratizando o acesso a tratamentos modernos e seguros.

“Nosso objetivo é trazer inovação e segurança para os pacientes. O Farapulse é um avanço significativo no combate à fibrilação atrial, e essa estreia em Goiás é apenas o começo”, finaliza Vinícius Marques.

Enquanto a tecnologia avança, os especialistas ressaltam a importância da prevenção, diagnóstico precoce e acompanhamento médico regular para quem sofre de arritmias. Além disso, o desenvolvimento de novos tratamentos reflete a necessidade de o Brasil investir mais em pesquisa, infraestrutura e capacitação na área da saúde.

Este marco em Goiás demonstra que, com tecnologia de ponta e profissionais qualificados, é possível transformar o panorama da saúde no país.