Tragédia no campo: trabalhador morre ao ser atingido por tronco de árvore em fazenda no Sudeste de Goiás
Acidente ocorreu durante corte de galhos em propriedade rural às margens da BR-050, próximo à Placa do Boi, em Catalão. Vítima de 49 anos não resistiu aos ferimentos. Ocorrência reacende alerta sobre segurança do trabalho no meio rural goiano.

Um trágico acidente de trabalho interrompeu a vida de um homem de 49 anos na manhã da última terça-feira (20), em uma fazenda localizada nas imediações da Placa do Boi, às margens da BR-050, no município de Catalão, Sudeste de Goiás. A vítima foi atingida por um tronco de árvore enquanto realizava o corte de galhos em uma área de vegetação da propriedade rural. Apesar dos esforços de socorro, ele não resistiu aos ferimentos e morreu antes de receber atendimento médico hospitalar adequado.
De acordo com informações colhidas pelo Corpo de Bombeiros, o trabalhador executava a poda de árvores quando um tronco de grande porte desabou repentinamente, atingindo-o com violência. Testemunhas relataram que o impacto foi direto sobre a cabeça e a região do tórax. Outros trabalhadores da fazenda ainda tentaram retirar o tronco antes da chegada dos socorristas.
Quando a equipe de resgate chegou ao local, o homem já havia sido removido do local do impacto, mas se encontrava inconsciente, com sangramento nasal intenso e sem sinais vitais. Durante o deslocamento para o Pronto-Socorro da Santa Casa de Misericórdia de Catalão, os bombeiros tentaram manobras de reanimação, mas a vítima não resistiu.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Catalão, onde passou por exames periciais. A identidade do trabalhador ainda não foi oficialmente divulgada pelas autoridades até o momento da publicação desta matéria. O caso será investigado pela Polícia Civil para esclarecer as circunstâncias do acidente, incluindo eventuais falhas no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e a ausência de protocolos de segurança no ambiente de trabalho.
Segurança negligenciada no campo
Apesar da aparente simplicidade das atividades de corte e poda, especialistas alertam que esse tipo de tarefa exige cuidados técnicos, análise do entorno, uso de EPIs adequados e treinamento. O engenheiro de segurança do trabalho Roberto Andrade, ouvido pela reportagem, destacou que acidentes com árvores são mais comuns do que se imagina no meio rural. “A queda de galhos e troncos é imprevisível, especialmente em vegetações antigas ou mal conservadas. A falta de capacitação e de equipamentos adequados pode transformar uma simples poda em uma tragédia”, afirmou.
De acordo com o último levantamento do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o setor agropecuário está entre os que mais registram acidentes fatais no Brasil, com destaque para a região Centro-Oeste. Goiás figura entre os cinco estados com maior índice de óbitos por acidentes de trabalho no campo.
Ausência de fiscalização e informalidade
Outro agravante recorrente é a informalidade. Em muitas propriedades rurais, não há vínculo empregatício formal nem fiscalização contínua das condições de trabalho, o que dificulta a prevenção de acidentes e a responsabilização em casos de negligência. A Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e do Trabalho de Catalão deverá ser notificada do caso e pode instaurar procedimento para apurar possíveis omissões.
Solidariedade e luto
A morte do trabalhador comoveu moradores da zona rural e integrantes da comunidade próxima à Placa do Boi. Agricultores da região relataram que ele era conhecido por sua dedicação e prestatividade nas tarefas do campo. Familiares e colegas de trabalho prestaram homenagens nas redes sociais, lamentando a perda e pedindo justiça.
A Prefeitura de Catalão ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas a Secretaria Municipal de Assistência Social afirmou que está em contato com a família da vítima para oferecer suporte psicológico e orientação para os trâmites legais.
Um alerta que precisa ser ouvido
O acidente reacende um debate urgente sobre as condições de trabalho nas áreas rurais de Goiás, onde o crescimento da produção agropecuária convive com uma infraestrutura ainda precária em segurança ocupacional. Para evitar que tragédias como essa se repitam, especialistas pedem investimentos em capacitação, fiscalização e políticas públicas voltadas à proteção do trabalhador rural — aquele que, diariamente, sustenta a base da economia brasileira, mas permanece entre os mais expostos ao risco.
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