Tragédia em Alto Paraíso: imprudência e descuido causam morte de jovem universitária durante passeio na Chapada
Yasmin Feck, de 20 anos, foi lançada da caminhonete conduzida pelo namorado após capotamento. Investigação apura responsabilidades pelo acidente, que ocorreu durante retorno de evento em São Jorge.
O que era para ser um fim de semana de lazer na Chapada dos Veadeiros terminou em tragédia. A jovem universitária Yasmin Feck, de apenas 20 anos, morreu após ser lançada da caminhonete conduzida pelo namorado durante o retorno de um evento no distrito de São Jorge, em Alto Paraíso de Goiás. O acidente ocorreu no último domingo e levanta questionamentos sobre imprudência e negligência no trânsito em estradas turísticas da região.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Yasmin foi encontrada com ferimentos graves nos braços, rosto, tórax e abdome, depois de ter ficado presa sob o veículo capotado. Imagens de vídeo gravadas por terceiros mostram o momento em que o motorista perde o controle da caminhonete em uma rotatória, acelera em excesso e o veículo capota violentamente. A gravação, obtida por investigadores, revela a dinâmica do acidente com detalhes que reforçam a suspeita de condução imprudente.
De acordo com relatos de testemunhas, a estudante estava sentada na janela do passageiro, gravando um vídeo solicitado pelo namorado, que dirigia o carro. Com o impacto, foi lançada para fora da cabine e acabou sendo imprensada pelo próprio veículo. O condutor e um terceiro ocupante saíram ilesos.
Yasmin chegou a ser levada com vida para uma unidade hospitalar da região, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi liberado para a família, que optou por não realizar velório, restringindo-se a um momento íntimo de oração na capela do cemitério local.
Investigação em andamento
A Polícia Civil de Goiás instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias do acidente e avaliar se houve infração penal. Segundo nota oficial, testemunhas já foram ouvidas, perícias solicitadas e as imagens da câmera que registrou o acidente estão sob análise técnica.
“Nosso objetivo é entender se houve conduta dolosa, negligência, imprudência ou se o episódio se configura como homicídio culposo no trânsito”, explicou um investigador que participa da apuração, sob anonimato.
Além das perícias no veículo e nas imagens de vídeo, laudos toxicológicos foram requisitados para os envolvidos, incluindo o motorista.
Comoção em Goiás
A morte de Yasmin provocou comoção em São João d’Aliança, sua cidade natal. Estudante de Educação Física e conhecida por seu entusiasmo com a vida acadêmica e com o trabalho, a jovem era descrita como “uma pessoa vibrante, generosa e dedicada”.
A academia onde trabalhava emitiu nota de pesar destacando sua atuação profissional. “Sua dedicação e alegria contagiavam a todos. Deixa uma lacuna imensa em nossa equipe e em nossos corações”, afirmou o comunicado oficial.
Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a perda precoce. “Era uma menina com sede de viver. Tinha um brilho raro e projetos lindos pela frente”, escreveu uma colega da universidade.
Contexto crítico: segurança em xeque na Chapada
A morte de Yasmin expõe uma vulnerabilidade conhecida, porém recorrente, nas estradas da Chapada dos Veadeiros: o uso imprudente de veículos, a ausência de fiscalização efetiva e o comportamento negligente de motoristas, mesmo em áreas de grande circulação turística.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Estadual, acidentes em regiões de ecoturismo aumentaram nos últimos anos, impulsionados por excesso de velocidade, desrespeito às normas de trânsito e uso incorreto de veículos para lazer. Especialistas também apontam a necessidade de campanhas de conscientização e revisão da legislação para uso de veículos off-road em zonas urbanizadas e turísticas.
O trágico falecimento de Yasmin Feck reacende o debate sobre segurança viária em destinos turísticos e a urgência de uma política pública mais robusta de prevenção a acidentes. Mais que um caso isolado, o episódio revela fragilidades sistêmicas que exigem respostas — legais, estruturais e educativas — para que outras vidas não sejam ceifadas por atos evitáveis.
A investigação segue em curso, e os resultados das perícias serão decisivos para a responsabilização dos envolvidos.
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