8 de dezembro de 2025
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Tarifa de Trump contra produtos brasileiros acende alerta no agro goiano: Faeg cobra ação diplomática e teme perda de competitividade

Medida protecionista imposta pelos EUA compromete exportações de Goiás, encarece insumos estratégicos e agrava incertezas no campo. Faeg pede articulação firme do governo federal, mas com cautela diplomática.
José Mário Schreiner afirma que momento é de cautela e diálogo (Foto: Divulgação)

A imposição de uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, sob comando do ex-presidente Donald Trump, reacendeu temores no setor produtivo goiano. Em nota técnica publicada nesta semana, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) apontou risco imediato à competitividade do agronegócio estadual, tanto no mercado externo quanto no abastecimento interno.

As tarifas incidem sobre cadeias sensíveis e de forte expressão nas exportações goianas, como carne bovina, açúcar, café, milho, frutas e pescados — produtos que integram os principais embarques de Goiás para o mercado norte-americano. Embora os efeitos práticos ainda dependam de regulamentações específicas e possíveis exceções diplomáticas, o sinal político é claro: a estratégia comercial protecionista de Trump pode se tornar novamente prioritária, em cenário de disputa geopolítica ampliada.

“Essa medida tem impacto direto sobre as exportações goianas e, em paralelo, pressiona o custo de insumos importados essenciais à produção agrícola, como máquinas e fertilizantes”, afirmou José Mário Schreiner, presidente da Faeg, em manifestação oficial.


Exportação sob tensão: Goiás e os EUA no tabuleiro global

Os Estados Unidos são um dos principais destinos das exportações agropecuárias de Goiás, respondendo por uma fatia considerável da receita do setor. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) apontam que, em 2023, o estado exportou aproximadamente US$ 370 milhões em produtos do agro para o mercado norte-americano, com destaque para carnes e açúcar.

Com a nova tarifa, produtores e cooperativas goianas correm o risco de perder competitividade frente a países que mantêm acordos preferenciais com os EUA, como México, Chile e Austrália. Além disso, o aumento no custo dos insumos importados — especialmente fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas — poderá pressionar ainda mais a margem de lucro dos produtores locais.

“Estamos diante de um cenário que combina vulnerabilidade externa com custo Brasil. Essa junção pode comprometer o planejamento da safra e o ritmo de investimentos no campo”, alertou Edson Novaes, gerente técnico da Faeg.


A diplomacia como ativo estratégico

A Faeg manifestou apoio à iniciativa do governo federal de ativar a Lei de Reciprocidade Econômica — mecanismo que autoriza retaliações comerciais em resposta a medidas unilaterais. No entanto, a entidade defende que a condução do conflito seja centrada na diplomacia e em negociações multilaterais.

“Não podemos transformar a retaliação em isolamento. O Brasil precisa se posicionar de forma firme, mas estratégica, mantendo a interlocução aberta com os EUA. O diálogo diplomático é o único caminho viável para preservar empregos, investimentos e mercados”, pontuou Schreiner.

O Itamaraty, por sua vez, já sinalizou que a questão será levada à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas fontes do Ministério das Relações Exteriores ouvidas pela reportagem, sob reserva, afirmam que o governo pretende também acionar canais bilaterais para tentar reverter ou mitigar os efeitos da decisão americana.


Mais do que comércio: um alerta estrutural

A Faeg entende que o episódio reforça a necessidade de o Brasil diversificar sua pauta de exportações e sua rede de parceiros comerciais, investindo em novos acordos bilaterais e na ampliação de tratados multilaterais, especialmente com países da Ásia e do Oriente Médio.

A entidade também defende maior estímulo à nacionalização de tecnologias agrícolas, redução da dependência de insumos importados e o fortalecimento de políticas internas de apoio à produção — inclusive por meio de crédito mais acessível e infraestrutura logística eficiente.

“É preciso construir um ambiente de previsibilidade e segurança jurídica, sob pena de vermos o campo brasileiro perder relevância no mercado global”, concluiu Schreiner.


Análise: um sinal do novo cenário internacional

A medida de Trump não é apenas um ato isolado de protecionismo — ela reflete uma tendência de reconfiguração das cadeias globais de valor e da crescente politização das relações comerciais internacionais. Para o agronegócio goiano, o episódio expõe fragilidades estruturais e exige uma resposta que vá além da retórica: planejamento estratégico, diplomacia econômica e diversificação de riscos.

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Marcus

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