5 de dezembro de 2025
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Suposta rede de agiotagem e extorsão em Luziânia mobiliza investigação da PCGO; advogada e policiais militares são presos

Denúncias apontam empréstimos com juros abusivos, ameaças, violência e lavagem de dinheiro; autoridades afirmam movimentação de mais de R$ 7 milhões
Operação “Mão de Ferro” cumpriu nove mandados de prisão e 10 de busca e apreensão (Divulgação/Polícia Civil de Goiás)

Uma operação da Polícia Civil de Goiás teria levado à prisão de uma advogada e diversos policiais militares suspeitos de integrar uma organização criminosa voltada à agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Segundo a investigação, o grupo oferecia empréstimos com juros abusivos e usava métodos violentos — inclusive ameaças e agressões — para cobrança de dívidas. Há relato de tortura psicológica, intimidações constantes e uso de força física contra devedores.

Allegações e mecanismo de atuação da rede

De acordo com os autos da investigação — conforme relato da PCGO — as vítimas afirmaram que os empréstimos eram concedidos sem respaldo legal, com contratos informais e cobrança de juros exorbitantes. Quando o devedor não conseguia pagar, enfrentava intimidações, ameaças e, em alguns casos, violência física. Em uma gravação apresentada como prova, consta que um dos agressores seria um sargento da Polícia Militar, que utilizou um taco de beisebol contra uma pessoa durante a cobrança de uma dívida. Em endereços dos suspeitos foram apreendidas armas de fogo e aproximadamente R$ 10 mil em espécie.

Além disso, segundo a PCGO, o grupo teria movimentado mais de R$ 7 milhões em dois anos por meio das operações de empréstimo e cobrança. Por ordem judicial, valores foram bloqueados em contas identificadas como pertencentes aos investigados — uma medida de sequestro de bens visando reparar danos às vítimas e desmantelar a estrutura financeira da organização.

As autoridades também apontam que a advogada envolvida exercia papel de “blindagem jurídica” para o grupo: ela teria orientado sobre como formalizar contratos fraudulentos, dado pareceres para dissimular a natureza das transações e auxiliado na gestão dos riscos legais da organização. A investigação registra participação dela, segundo a PCGO, inclusive em atos de cobrança ou coação contra devedores.

A operação de combate e prisões

A ação policial, segundo comunicado oficiado da corporação, mobilizou cerca de 80 agentes civis, resultando no cumprimento de dez mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão preventiva, em vários endereços ligados aos suspeitos. A deflagração da operação marca um esforço coordenado para desarticular a suposta rede de agiotagem, identificar vítimas, mapear os recursos ilícitos e garantir a responsabilização dos envolvidos.

Até o momento, os nomes dos presos não foram divulgados oficialmente, o que impede o acesso a suas defesas — um fator que torna ainda mais delicada a situação no que se refere aos direitos de ampla defesa e contraditório. A reportagem tentou contatar, via comunicados à imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) e a Polícia Militar de Goiás (PMGO), mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

Desafios probatórios e lacunas no cenário público

Embora a PCGO afirme ter identificado indícios graves — como vídeo com agressão, apreensão de armas e bloqueio de valores —, não há, até o momento, documentos públicos ou relatórios oficiais acessíveis que permitam verificar de forma independente a veracidade de todos os elementos mencionados. Isso inclui ausência de nomes divulgados, inexistência de laudo divulgado sobre as imagens e omissão de dados sobre o processo judicial em curso.

Esse tipo de limitação é comum em investigações em curso, especialmente quando envolve agentes públicos. A salvaguarda legal da identidade dos acusados, ambiguidade de denúncias e a necessidade de preservação de provas acabam por restringir o acesso da imprensa e da sociedade a dados completos e verificáveis.

Implicações institucionais e risco à confiança pública

Se confirmadas, as acusações configurariam um caso grave de infiltração de agentes públicos — incluindo policiais — em atividades criminosas de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. Isso abalaria a credibilidade das instituições de segurança e da advocacia, destacando fragilidades no controle disciplinar e na fiscalização de condutas de servidores e profissionais do Direito.

Para as vítimas, a consequência é dupla: além da dívida impagável, haveria trauma, ameaças, risco à integridade física e à dignidade, e dificuldade em buscar acesso à Justiça. A combinação de ilegalidade financeira e coercitiva corrói a confiança na segurança pública, criando sentimento de insegurança social.


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Marcus

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