Sandro Mabel reforça apelo por educação ambiental ao recolher lixo em via pública de Goiânia

Ação registrada na Avenida Anhanguera reacende debate sobre comportamento da população, eficiência da coleta e corresponsabilidade na manutenção da limpeza urbana.

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), voltou a colocar a pauta da limpeza urbana no centro do debate público ao divulgar, neste sábado (15), um vídeo em que aparece recolhendo resíduos descartados irregularmente na Avenida Anhanguera, uma das vias mais movimentadas e simbólicas da capital. A gravação, publicada nas redes sociais, busca, segundo o chefe do Executivo, chamar a atenção para o impacto direto das atitudes individuais na conservação dos espaços coletivos.

No registro, Mabel recolhe um saco de lixo deixado no meio da rua e reforça a mensagem de que o poder público não consegue manter a cidade limpa sem a colaboração da população. “Não adianta a gente investir na limpeza da cidade e a população insistir em fazer errado. Lugar de lixo é no lixo”, escreveu o prefeito ao publicar o vídeo. A administração municipal tem ampliado contratos de varrição, recolhimento mecanizado e reforço das equipes de limpeza, mas, de acordo com a gestão, o descarte irregular segue como um dos principais obstáculos para o bom funcionamento do sistema.

A iniciativa rapidamente provocou ampla repercussão. Parte dos internautas elogiou a postura do prefeito, entendendo o gesto como uma tentativa de estimular uma mudança cultural sobre o uso do espaço urbano. Para esses usuários, ações de visibilidade pública podem ter efeito positivo na conscientização coletiva. “A responsabilidade é de todos. O poder público faz a parte dele, mas a atitude de cada cidadão é fundamental”, escreveu uma seguidora.

Outra parcela do público, no entanto, interpretou o vídeo com ceticismo. Entre as críticas, destacaram-se relatos de falhas na coleta domiciliar em alguns bairros e questionamentos sobre práticas operacionais das equipes terceirizadas que, segundo moradores, às vezes removem sacos das lixeiras para agilizar o trabalho, deixando alguns expostos a rasgos, enxurradas ou ações de catadores independentes. “Se acompanhar a coleta, verá que muitos sacos são deixados na rua pelas próprias equipes”, comentou uma internauta, contestando a narrativa presente no vídeo.

Especialistas ouvidos por veículos locais ao longo dos últimos anos apontam que práticas de descarte irregular — mesmo em pequenos volumes — contribuem para o entupimento de bocas de lobo, aceleração de processos de degradação urbana e aumento dos custos de limpeza. A gestão municipal, por sua vez, afirma que vem intensificando campanhas educativas e reforçando o monitoramento por meio de equipes de fiscalização.

O episódio expõe, mais uma vez, a complexidade da política de limpeza urbana em grandes centros: enquanto o poder público é responsável pelo planejamento, cobertura da coleta e manutenção dos serviços, a colaboração cotidiana da população é decisiva para que o sistema funcione plenamente. Ao acionar simbolicamente esse debate, Mabel busca fortalecer a mensagem de que a preservação da cidade depende de uma combinação entre infraestrutura adequada e práticas cidadãs consistentes.

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