Reajuste anual dos medicamentos entra em vigor em 31 de março; genéricos permanecem sem aumento
Preços dos remédios serão reajustados com base na inflação acumulada e nos custos de produção; redes farmacêuticas anunciam promoções antes da alta.

O reajuste anual dos preços dos medicamentos começa a valer em 31 de março (segunda-feira) em todo o Brasil, conforme autorização do Governo Federal. A atualização dos valores é regulada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) e leva em conta a inflação acumulada e os custos de produção no setor farmacêutico. No entanto, os medicamentos genéricos permanecerão sem reajuste, mantendo-se como alternativa de menor custo para a população.
A decisão de não reajustar os preços dos genéricos faz parte de uma estratégia governamental para garantir que os tratamentos continuem acessíveis, especialmente para pacientes com doenças crônicas e de longa duração, que dependem de medicamentos contínuos.
Critérios para o reajuste e impacto no mercado
De acordo com a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o reajuste nos preços é aplicado com base em uma metodologia que considera fatores como a inflação do período, os custos da cadeia produtiva e os gastos logísticos das farmácias. O percentual exato do aumento ainda será divulgado pela CMED, mas especialistas estimam que o reajuste pode girar entre 4% e 6%, seguindo a tendência dos últimos anos.
A medida impacta diretamente o setor farmacêutico e os consumidores, especialmente aqueles que precisam de medicamentos de uso contínuo e que não podem ser substituídos por genéricos.
“A indústria farmacêutica enfrenta aumentos constantes nos custos de produção, como energia, transporte e insumos importados. O reajuste anual é essencial para garantir a viabilidade da operação, mas é um desafio para o consumidor, que precisa buscar alternativas mais acessíveis”, explica Marcos Machado, economista especializado em mercado de saúde.
Promoções antecipam reajuste nas farmácias
Com a proximidade do aumento, redes farmacêuticas lançaram campanhas promocionais para atrair consumidores antes do reajuste. As Farmácias Nissei, por exemplo, anunciaram uma ação especial com preços reduzidos em diversos medicamentos até 30 de março (domingo).
A campanha é válida para todas as 450 lojas da rede, distribuídas nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Paraná, além do e-commerce, permitindo que clientes garantam preços mais baixos antes da mudança.
“Essa é uma oportunidade para os consumidores anteciparem suas compras e reduzirem o impacto do reajuste. Muitas pessoas que fazem uso contínuo de medicamentos já aproveitam essa época do ano para repor seus estoques”, afirma Carlos Almeida, diretor de marketing da rede Nissei.
Alternativas para economizar na compra de medicamentos
Diante do aumento dos preços, especialistas recomendam algumas estratégias para economizar na compra de remédios:
- Optar por genéricos: Como esses medicamentos não terão reajuste, eles se tornam uma opção mais acessível e com a mesma eficácia dos produtos de marca.
- Aproveitar promoções: Muitas farmácias oferecem descontos em programas de fidelidade e parcerias com laboratórios.
- Comparar preços: Aplicativos e sites especializados ajudam a encontrar farmácias com preços mais baixos.
- Consultar programas de acesso gratuito: O governo mantém iniciativas como o “Aqui Tem Farmácia Popular”, que oferece medicamentos gratuitos ou com preços reduzidos para diversas doenças.
Perspectivas para o mercado farmacêutico em 2024
Com o reajuste e a manutenção dos preços dos genéricos, o setor farmacêutico segue buscando equilíbrio entre a necessidade de atualização dos valores e o acesso da população aos tratamentos. O consumo de medicamentos no Brasil tem crescido nos últimos anos, impulsionado pelo envelhecimento da população e pelo aumento de doenças crônicas.
A expectativa é de que novas políticas de incentivo ao uso de genéricos e maior concorrência no setor ajudem a minimizar os impactos do reajuste para os consumidores.