Quadrilha que vende peças de carros roubados em Goiânia é alvo de operação policial
Esquema envolve transportadoras, lojas e notas fiscais falsas para movimentar peças roubadas de veículos desmontados em outros estados

A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), deflagrou nesta quarta-feira (19) uma operação de grande porte para desarticular um esquema de venda de peças de veículos roubados ou furtados. A ação, que contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Polícias Civis de São Paulo, Minas Gerais e Tocantins, ocorreu simultaneamente em 10 cidades. Foram cumpridos 22 mandatos de busca e apreensão e um de prisão temporária .
Esquema de desmanche e venda ilegal de peças
As investigações, iniciadas em março de 2023, apontaram que a quadrilha atuava em diversos estados. O esquema começava com o furto de veículos em São Paulo , onde eram levados para locais clandestinos de desmanche, conhecidos como “buracos”. Após serem desmontadas, as peças foram transportadas para Goiás, Tocantins e Minas Gerais com notas fiscais falsas emitidas por empresas de fachada.
Segundo a delegada Rafaela Azzi, o transporte das peças ocorria em caminhões que carregavam documentos adulterados para tentar despistar as autoridades. “ As notas fiscais fraudulentas eram reaproveitadas diversas vezes para dar aparência de legalidade às cargas, evitando a tributação e dificultando a fiscalização ”, explicou.
Destino das peças roubadas
Em Goiás, as peças roubadas eram armazenadas em lojas e galpões e vendidas de diversas formas:
- Lojas físicas : vendem diretamente para consumidores sem saberem da origem ilícita das peças;
- Plataformas digitais : peças eram comercializadas como seminovas em sites de compra e venda;
- Distribuição interessante : itens específicos, como rodas e motores, foram enviados para outras regiões do país.
A operação também envolve que um ferro-velho em Palmas (TO) sirva como centro de coleta de mercadorias ilícitas, enquanto uma transportadora em Minas Gerais era usada para distribuir as peças para outros estados.
Investigados e possíveis desdobramentos
Ao todo, seis pessoas e seis empresas são investigadas em Goiás, incluindo lojas e transportadoras. Em São Paulo, cinco suspeitos e duas empresas do ramo de peças automotivas estão na mira das autoridades. Os envolvidos respondem por crimes como recepção danificada, falsidade ideológica e adulteração de sinal identificador de veículos .
A PCGO não descartou a possibilidade de novas prisões e aprofundamento das investigações. “Já temos dúvidas de que outros indivíduos e empresas podem estar envolvidos no esquema criminoso. O trabalho da polícia continua”, concluiu a delegada.
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